Deni Zolin

Qual a causa das deformidades na pista da RSC-287?

As queixas quanto à qualidade do asfalto da RSC-287 continuam, apesar dos esforços da Rota de Santa Maria para consertar os problemas. Neste verão, a situação se agravou por causa das deformidades que se levantavam no asfalto, formando calombos na pista, a maioria já corrigida.

Questionei a Rota qual o motivo dos problemas, e a alegação é de que as deformidades são provocadas por causa dos defeitos na base da rodovia, que não suporta o peso dos veículos e acaba gerando as ondulações no asfalto. Em muitos trechos, a base está encharcada por causa de drenos entupidos, o que também causa problemas na pista.

Perguntei a um engenheiro com longa experiência na área de transportes se o problema pode ser mesmo na base da rodovia e no uso de uma massa asfáltica “muito mole”. Ele comentou que fica difícil dar um parecer sem conhecer a realidade da rodovia. Porém, afirmou que se a base de pedra está irregular e com problemas, mesmo que seja colocada uma camada nova de asfalto, ela vai acabar cedendo e se deformando, pois é flexível.

– Em rodovia antiga, ou faz bem feito e refaz a base antes de colocar uma nova camada de asfalto, ou melhor nem mexer.

O que talvez explique isso é que o asfalto antigo acaba sendo mais rígido e já está assentado há anos sobre a base. Ao se mexer e colocar camada nova, com o peso de carretas, ela acaba se acomodando e se deformando – até por ser um material novo e mais flexível.

Talvez seja isso que explique a quantidade de calombos que surgiram na RSC-287. A Rota, por contrato com o Estado, tinha de fazer reparos iniciais em toda a rodovia no primeiro ano e realizou o conserto superficial da pista. Porém, ao colocar nova camada de asfalto em alguns trechos, não resolveu, já que a base de pedra não foi refeita.

Foto: divulgação

Agora em março, a Rota começou os reparos profundos (foto acima), também previstos em contrato para serem concluídos até o 5º ano da concessão (2026) nos 204 km da rodovia. Nesse serviço, trechos de 500 metros têm o asfalto velho e toda a base de pedra retirados, fazendo nova base e colocando um asfalto totalmente novo. Esses reparos tendem a durar por anos, sem problemas.

É preciso reconhecer que, infelizmente, o Daer, a antiga Santa Cruz Rodovias e a EGR não faziam a manutenção ideal da RSC-287. Com isso, a maior parte da rodovia foi acumulando problemas de drenos entupidos, base irregular e asfalto vencido, que já deveria ter sido totalmente trocado.

Agora, a Rota pegou o pepino de ter de resolver tudo. A questão é que, para fazer tantos reparos em pouco tempo, seriam necessárias várias equipes. Porém, ao fazer obras em vários pontos, com interrupções temporárias do trânsito, a viagem fica muito longa e os motoristas reclamam. Portanto, não é uma solução tão fácil, de arrumar a rodovia sem causar tanto transtorno aos motoristas.

A Rota promete que, até julho, a rodovia já estará em boas condições, com os trechos mais críticos totalmente recuperados com os chamados reparos profundos, com troca da base e novo asfalto. Esperamos que isso não fique só na promessa.


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