Batizada de Operação Tartaruga, a mobilização dos professores municipais para pressionar a prefeitura de Santa Maria a dar o reajuste salarial de 14,95% completou uma semana, com balanços diferentes por parte do sindicato e do Executivo municipal.
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Enquanto o Sindicato dos Professores Municipais afirma que pelo menos 32 colégios aderiram totalmente ou parcialmente à redução diária de duas horas no período de aulas, a Secretaria de Educação disse ter tido confirmação de 19 escolas com Operação Tartaruga e 34 que não aderiram, além de quatro que haviam iniciado a paralisação parcial, mas voltaram a ter atividades normais. Como são 81 colégios municipais de Ensino Fundamental e Educação Básica, isso indica que a paralisação parcial das atividades atingiu menos de metade das instituições de ensino – mas vale lembrar que esses levantamentos não foram totalmente concluídos e os números ainda podem mudar.
A secretária de Educação, Lúcia Madruga, afirmou à Rádio CDN e TV Diário que a pasta está monitorando o movimento e destacou que algumas escolas têm redução de aulas para apenas uma turma ou só parte dos estudantes. Mas ela garantiu que a prefeitura tentará fazer o possível para buscar uma solução e um acerto com a categoria o quanto antes, para minimizar os prejuízos à educação dos alunos.
– Nós queremos garantir o direito de aprendizagem, até porque nossos estudantes têm tido uma pressão muito grande desde a pandemia e nesses últimos dois anos também. Não se trata de greve. Esse movimento é algo bem atípico, mas queremos ter uma resposta (da possibilidade de dar o reajuste integral) o quanto antes para antecipar as negociações, pois é muito tempo ter de ficar até o fim de agosto com uma operação dessa natureza (redução do tempo de aulas) – afirmou a secretária.
Lúcia frisou que, só ao fim do movimento, será possível analisar o impacto e decidir a forma de recuperar as aulas.
Um dos coordenadores do Sinprosm, Rafael Torres, espera que a prefeitura não adie outra vez a resposta sobre o reajuste.
– A categoria sempre buscou o diálogo. Desde fevereiro, nós estamos na mesa de negociações, mas as reuniões não avançaram. Chegou um ponto que era reunião para marcar outra reunião e sempre a resposta da prefeitura de jogar a decisão para frente. Agora, a resposta é que tem de esperar o resultado do quadrimestre, mas ao final dos prazos, não tinha resposta. Por isso, a base da categoria decidiu pela Operação Tartaruga. A categoria está se sentindo desrespeitada no nosso direito – afirmou.
Segundo ele, em parte das escolas, a Operação Tartaruga prevê aula até o recreio, em outras, começa depois do recreio e vai até o final do turno. Porém, sempre garantindo que os estudantes recebam a merenda, que “para alguns, é a principal refeição do dia”, frisou Torres.
– Para início de movimento, em que alguns colégios foram comunicados na última quarta-feira, ter 32 escolas com Operação Tartaruga é um movimento grandioso e que tende a evoluir com o tempo – avaliou o coordenador do Sinprosm.
A pressão é por uma resposta definitiva e rápida.
– Na última reunião, o prefeito se comprometeu a dar os 14,95% de reajuste, mas não disse como. Também não pode ser pago em dois anos – comentou Torres.
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