Geração de empregos: como está o desempenho de Santa Maria em comparação a outras cidades do mesmo porte?

Claro que cada cidade tem características diferentes, com matriz econômica distinta e seus prós e contras, mas uma comparação entre duas cidades gaúchas e uma catarinense e outra paranaense, com praticamente o mesmo tamanho, revela fortes discrepâncias. Em termos de empregos com carteira assinada, apesar de Santa Maria ser mais populosa que Chapecó (SC) e Passo Fundo, tem bem menos trabalhadores com carteira assinada.

 
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Aqui, são 60.050 empregos nos diversos setores, enquanto em Passo Fundo, são 67.986, e em Chapecó, 96.721. Novo Hamburgo também tem menos habitantes do que nós, mas gera mais empregos. Comparando com Cascavel, outra cidade que, até o 2010, era quase do mesmo porto de Santa Maria, mas ganhou 64 mil habitantes nos últimos 12 anos, a diferença é muito maior: a cidade do interior do Paraná tem hoje 348 mil habitantes e quase o dobro de empregados na iniciativa privada em comparação com Santa Maria: 111,6 mil.

 
Em termos proporcionais, estamos um pouco melhores do que Pelotas. Vale lembrar também que um setor forte de Santa Maria, o funcionalismo público na UFSM e nas Forças Armadas, principalmente, não é levado em conta nesses dados de emprego, e contribui bastante com a economia santa-mariense.

 
Abaixo, preparei um quadro comparando os empregos formais em cada setor. Chama a atenção o grande contingente de trabalhadores na indústria e nos serviços em Chapecó, Cascavel e Novo Hamburgo.

 
Apesar das peculiaridades de cada uma dessas cidades, trago esses dados como reflexão e para que as lideranças políticas e empresariais façam uma análise e um crítica construtiva. Afinal, temos sempre de reavaliar nossas potencialidades e nossas fraquezas, para ver onde podemos melhorar.

Orçamento por habitante: aqui, metade do valor de Chapecó

Inúmeros indicadores econômicos e sociais podem ser levados em conta para comparar cidades para ter alguma ideia do desempenho de cada uma. É muito difícil comparar realidades diferentes com precisão, mas esses dados podem nos dar pistas para o diagnóstico de problemas. Além da geração de empregos, outro dado que chama a atenção é o Orçamento de cada município.

 
Consultei o Orçamento dessas mesmas cidades e fiz a divisão pelo total de habitantes de cada um, e a conclusão que cheguei impressiona. Entre todas essas cidades de médio porte, Santa Maria é a que tem o menor valor per capita. Se pegarmos o Orçamento de R$ 1 bilhão da prefeitura em 2023 e dividir pelos 271 mil habitantes, dá R$ 3,7 mil por morador. Depois, vem Pelotas, com R$ 4,9 mil, seguida de Cascavel (R$ 5,1 mil), Passo Fundo (R$ 5,2 mil) e Novo Hamburgo (R$ 6,9 mil).

 
O maior valor é Chapecó (SC), com R$ 7,4 mil por habitante. Claro que boa parte do Orçamento vai para pagar salários de servidores, mas são eles que prestam serviços dos mais variados, principalmente de saúde e educação. Com certeza, numa cidade como Chapecó, o prefeito tem muito mais facilidade para atender bem a população e para fazer obras de infraestrutura, como asfaltar ruas, fazer escolas e postos de saúde e resolver outros problemas.

 
É por isso que o desenvolvimento econômico é tão importante, pois são mais impostos para atender melhor a população.