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Estamos totalmente vigiados e sob forte risco de manipulação

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)

Sabe aqueles textos, notícias de sites desconhecidos ou cards que muita gente recebe no Whatsapp ou no Facebook e compartilha sem pensar? Isso tudo pode estar manipulando suas opiniões, sem você se dar conta. 

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Por isso, se você quiser entender o que pode acontecer com seus textos, fotos, telefonemas, mensagens inbox (que deveriam ser privadas) que você publica ou fala nas redes sociais e no seu telefone ou computador, assista ao documentário Snowden - Herói ou Traidor, na Netflix, ou leia o livro Eterna Vigilândia, do próprio Snowden. É assustador saber o que o ex-agente da agência nacional de segurança dos EUA revelou sobre o que o governo norte-americano faz para espionar bilhões de pessoas pelo mundo. Eles conseguem acessar qualquer computador ou celular, ligar as câmeras para monitorar pessoas sem elas saberem, além de acessar todas as mensagens que a gente acha que são privadas.

Já o documentário Privacidade Hackeada, também na Netflix, é fundamental para entender o impacto das redes sociais e do uso de manipulação digital para levar a essa condição de ódio extremado e divisão social no Brasil e em outros países. Com base em dados de milhões de pessoas no Facebook, que deveriam ser privados, a empresa britânica Cambridge Analytica conseguiu influenciar muito na aprovação da saída da Inglaterra da Comunidade Europeia (Brexit) e na eleição de Trump nos EUA, gerando conteúdos sensacionalistas e fake news para convencer eleitores - o foco era nas pessoas que estavam indecisas, o que descobriam por meio dos dados delas no Facebook. São materiais que, ao incitar o ódio, o preconceito e a divisão social, com ataques a adversários e grupos específicos, foram usados para influenciar as pessoas de forma totalmente antiética. Suspeita-se que mesma estratégia foi adotada nas eleições presidenciais no Brasil.

Ação "espontânea" era, na real, inventada
Portanto, textos, cards, vídeos e notícias falsas ou tendenciosas que muita gente recebe e compartilha no Whatsapp ou Facebook não são conteúdos inocentes. As pessoas precisam se dar conta de que, muitas vezes, estão sendo usadas ou manipuladas - e isso é feito por várias correntes políticas, tanto de direta quanto de esquerda. 

Um exemplo disso foi uma campanha chamada Não Vote, feita pela Cambridge Analytica para influenciar as eleições em um país em que metade da população tinha origem indiana. Começou como se fosse uma ação natural de eleitores insatisfeitos e acabou viralizando nas redes sociais e ganhando protestos de rua. Na realidade, foi algo plantado pela Cambridge Analytica. O reflexo foi o seguinte: os filhos dos indianos, por obedecerem rigorosamente aos pais, foram votar mesmo assim e, em geral, nos candidatos apoiados por suas famílias. Já no resto da população, os jovens deixaram de votar em massa, por causa da campanha. O resultado: o candidato que contratou a empresa acabou vencendo justamente porque a campanha de não votar tirou votos basicamente do candidato opositor, mas não dele, que era apoiado pelos indianos.

Portanto, muitas das coisas que acontecem num país podem ser reflexo de interesses escusos, e a gente nunca fica sabendo o que, no fundo, ocorreu mesmo.

Em tese, o uso de nossas informações pessoais é mais para fins comerciais e de venda de produtos, mas também influenciam nossa opinião.

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