Deni Zolin

Depoimentos de sobreviventes no júri da Kiss: ritual necessário, mas massacrante

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Ex-funcionária da cozinha da Kiss, que trabalhava para ganhar R$ 50 por noite, não tinha carteira assinada e não recebeu direitos trabalhistas até hoje, a sobrevivente Katia Giane Siqueira ficou 21 dias em coma após ter 40% do corpo queimado, acordou e sobreviveu a uma parada cardíaca. Mesmo depois de tanto sofrimento e dores físicas (pelas queimaduras) e psicológicas, teve de enfrentar horas de depoimento ontem, revivendo todo o sofrimento. Em um momento, Katia reforçou que, além de sair da cidade para esquecer, não gosta nem de passar por Santa Maria.

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Já era esperado, infelizmente, que toda a dor daquele fatídico 27 de janeiro de 2013 fosse revivida agora. Por mais que promotores e advogados procurem ser respeitosos nas perguntas, falam de forma incisiva. Uma sobrevivente ter de passar por tudo isso durante horas, e ainda mais estando grávida, acaba sendo um ritual massacrante (para ela e também para quem acompanha os depoimentos).

- Me preocupo com minha filha (que está na barriga), pois não quero passar para ela esse sofrimento - desabafou Katia.

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Em outro ponto do depoimento, Katia ressaltou que gostaria de dar sua opinião sobre o que pensa que deveria ocorrer com os quatro réus, mas foi orientada pelo juiz para não opinar. A impressão é que ela está fazendo esse sacrifício justamente porque espera por justiça.

O longo depoimento de Katia indica que o júri pode mesmo levar duas semanas. Só de sobreviventes, são 14 a serem ouvidos, além de 19 testemunhas de defesa e de acusação.


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