Deni Zolin

Bandeira vermelha: situação só não é pior porque foram ampliados leitos de UTI

Deni Zolin

A bandeira vermelha que a região de Santa Maria teve durante o mês de setembro já tinha sido um alerta de que a situação estava se agravando aqui, mas muita gente não deu bola e seguiu se descuidando - até porque cansou das medidas de distanciamento. O coronavírus demorou mais para chegar ao interior, até pelas medidas que haviam sido tomadas, mas nas últimas semanas, parece ter chegado de vez. Ainda não se sabe se estamos vivendo o pico, dizem especialistas, mas os casos vinham crescendo. Para completar, as mortes recentes (foram nove óbitos só na segunda e na terça) na cidade acabaram piorando novamente o quadro da cidade no sistema de Distanciamento Controlado. No final da tarde de sexta, a volta da região para a bandeira vermelha no mapa preliminar acabou bagunçando os planos de vários setores que preparavam o retorno às atividades, como aulas presenciais para crianças até cinco anos em Santa Maria e para o Ensino Médio e Técnico na rede estadual na região, além de quadras esportivas.

A prefeitura de Santa Maria já indicou que não deve recorrer desta vez e, na prática, devem entrar em vigor, a partir de terça, as regras do sistema de cogestão - que são mais brandas que as da bandeira vermelha.

Região de Santa Maria é a única com bandeira vermelha no mapa preliminar

É difícil prever o futuro e dizer por quanto tempo a bandeira seguirá vermelha valendo aqui na região, mas, pelo que dizem os especialistas em epidemiologia, o vírus está se espalhando agora pela periferia de Santa Maria e por cidades menores do interior, enquanto em Porto Alegre e outras regiões do Estado, está caindo. Se isso se mantiver, há risco de a região de Santa Maria continuar enfrentando mais semanas com a bandeira vermelha.

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A situação só não é pior porque, lá no início, a região conseguiu ampliar significativamente a quantidade de leitos de UTI. Se isso não tivesse sido feito, já estaríamos há muito tempo em bandeira vermelha e, pela ocupação registrada na sexta, haveria pelo menos 20 pessoas a mais do que as UTIs disponíveis antes da pandemia em Santa Maria. Daí, imagine quantas mortes mais haveria na região, por Covid e por outras doenças que também precisariam de leitos de tratamento intensivo. Na sexta, ainda havia pelo menos 33 UTIs livres na cidade graças a essa ampliação. Por isso, é que volto a questionar se, diante desse quadro, deveria mesmo a região entrar na bandeira vermelha? Não seria o correto de ingressar com medidas mais rígidas quando a ocupação de leitos chegasse mais perto de 85% ou 90%? Até porque, se nas semanas seguintes, a ocupação passasse um pouco de 100%, poderiam ser transferidos pacientes para outras regiões.

A propósito: vale lembrar que as novas regras de bandeira vermelha devem entrar em vigor na terça, se não houver mudanças.

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