Deni Zolin

'A venda do Caixeiral é uma possibilidade, mas há outras', diz associado do clube

Um dos quatro associados que entraram com ação na Justiça para pedir que alguém assumisse formalmente a administração do Clube Caixeiral avalia que a venda da sede da entidade não é a única saída possível para garantir que o prédio seja reconstruído. Élbio Ross afirmou à coluna que ele e outros três associados ingressaram com a ação por entender que havia um impasse jurídico e que as negociações para a venda da sede a empresários da Capital foram feitas por um grupo que não teria legitimidade, pois o mandato já havia vencido.

- A última eleição foi em 2018, antes do desabamento do telhado, e valia por dois anos. Não tinha diretoria legalmente constituída desde 2020, pretendeu-se via judicial que essa situação fosse regularizada. O clube estava acéfalo, todos os atos que foram exercidos a partir de 2020 não teriam validade jurídica nenhuma, e isso estava gerando uma possibilidade de as negociações que estavam sendo feitas não terem validade. Esse grupo de associados que se sentia prejudicado com a negociação e não pôde participar dessa negociação nem recebeu informações do que estava sendo tratado e com quem, buscou via judicial que o juiz nomeasse interventor para que regularizasse a situação do clube e pudesse responder pelo clube - afirmou Ross.

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A partir da ação judicial, a Justiça concedeu liminar e nomeou a empresa Francini Feversani & Cristine Pauli Administração Judicial SS Ltda para assumir a gestão do clube e fazer uma avaliação completa da entidade social. O escritório pretende concluir, nos próximos dias, o relatório inicial. Só depois dessa análise é que será possível verificar o que poderá ser feito com o clube.

VENDA BARRADA

Com essa decisão judicial, a negociação feita pela então diretoria do Caixeiral, no início deste ano, para vender a sede para um grupo de empresários da Capital, em tese, está suspensa. O valor é de R$ 8 milhões, que seria pago com o repasse de um terreno, na Avenida Borges de Medeiros, perto da Silva Jardim, e em dinheiro. A diretoria da época pretendia construir a sede nesse nova área. Ou seja, não seria extinto o clube, mas transferida a sede.

TENTATIVA DE REFORMA

Além de associado, Ross aluga um espaço do Caixeiral, que fica nos fundos da sede, onde administra um estacionamento rotativo. Porém, ele alega que o fato de ter entrado com a ação não tem relação com o fato de ser locatário desse espaço. O empresário disse que, em 2018, logo após o desabamento de parte do telhado, ele e outro inquilino propuseram bancar a reforma do prédio em troca do abatimento do valor do aluguel do estacionamento, mas isso foi negado pela direção. Na época, o custo estimado seria de R$ 200 mil, o que seria obtido por meio de financiamento, mas ele avalia que hoje fica inviável assumir uma reforma, pois estima que o preço subiu para R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões. O valor subiu porque o prédio está mais deteriorado e por causa do aumento expressivo do custos dos materiais de construção e da mão de obra. Ele alega que não haveria condições, hoje, de pegar um financiamento para um valor tão elevado.

TEMOR DE DESABAMENTO

Como o prédio está se degradando com o tempo, já que chove dentro da estrutura, Ross teme que a situação chegue a um ponto em que o edifício quase centenário acabe ruindo ou tendo de ser demolido por questões estruturais. Por isso, espera que a empresa de administração judicial encontre uma saída para viabilizar a reconstrução do prédio.

- A venda do prédio é uma das possibilidades, mas nós entendemos que pode haver outras possibilidades que não diretamente a venda. Também se busca saber por que não houve recuperação do telhado quando ainda havia possibilidade de fazê-lo. São questões que vão ser levantadas pela empresa que está responsável pela administração - diz Ross.

DIREÇÃO ATUAL

O ex-presidente do Caixeiral, Lauri Potter, que estava à frente das tratativas para vender a sede, disse que não tem mais relação com a entidade. Ele repassou o contato de um advogado, que informou que uma nova diretoria foi eleita. A coluna tenta contato com o novo presidente para saber se ele vai entrar com recurso na Justiça para tentar retomar a administração do Caixeiral.

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