Claudemir Pereira

Ter ou não candidato a prefeito, o grande “x da questão” no MDB

A informação, publicada semana passada em primeira mão pela colega Jaqueline Silveira, de que não haverá mais o recadastramento biométrico, teve consequência imediata: reforçou a ideia de que não haverá redução do eleitorado local, hoje próximo aos 210 mil votantes, e aponta para a possibilidade de haver segundo turno no pleito de 2024. Afinal, ninguém acredita ou cogita que algum candidato fará 50% dos votos mais um na primeira etapa.

De outra parte, a notícia mexeu completamente com aguapés partidários. Nas maiores siglas especialmente. O MDB é caso emblemático. Já há quem creia, a sério, na candidatura própria. Que seria encabeçada por Beto Fantinel, com apoio mais que majoritário entre os militantes da agremiação.

Como todas as manifestações de quem detém cargo, seja vereador, dirigente ou mesmo o deputado e secretário estadual de Assistência Social, são protocolares, o colunista buscou outras fontes para tentar transmitir ao leitor o que acontece no MDB. Sim, porque se você papear, com caneta, papel e/ou microfone, o papo será na base de, “vamos ter candidatura própria e temos nomes em condições de concorrer e etc, etc e etc”.

Mas, afinal, o que pensa o emedebismo de fato? A seguir, o que o escriba colheu junto a duas pessoas do círculo bem próximo do poder da sigla e que optam pela discrição.

Acompanhe:
– A bancada do MDB está alinhada com o vice-governador Gabriel Souza e com o secretário Fantinel. Adelar Vargas e Rudys Rodrigues, inclusive (como mostram as fotos que ilustram esta nota), já tiveram reunião com o vice.

Mas é unânime?

–Não, só há um desalinhado (a fonte não diz, mas se refere a Tubias Callil) e que tem em seu âmago a busca por ser candidato a prefeito.

O militante vaticina:

 –...mas pelo MDB não será. Se, e somente se, o MDB tiver candidato a prefeito, é o Beto Fantinel ou um nome que ele apadrinhar.

Então, o deputado-secretário será candidato? A resposta:

– É o principal nome. Contudo, o ano da eleição será aquele em que os vários projetos e ações da Secretaria estarão sendo implantados. E isso pode ser um complicador para o afastamento.

Um segundo militante, também auscultado, responde o que parece ser a síntese do pensamento real emedebista de hoje na cidade:

– O MDB será vice de alguém e irá trabalhar para fazer uma bancada representativa. Agora, com o elevado número de interessados – diferente de pleitos anteriores –, terá disputa para quem quiser concorrer em uma legenda como a do MDB.

Eis o pensamento médio dos emedebistas, para além do discurso público. Já o escriba, correndo todos os riscos de quem opina, duvida muito da candidatura a prefeito. Aposta mais num nome para vice ou nem isso, optando o MDB por centrar esforços no pleito proporcional.

Ali na esquina isso se confirma. Ou não.

A incrível e interminável encrenca em que se transformou o pedetismo


É possível que a versão deste momento seja outra. Quem sabe até oposta. A coluna se refere à incrível capacidade do PDT, o partido fundado pelo falecido Doutor Leonel, de canibalizar-se. Vista de fora, a situação parece extraordinária. Afinal, lideranças afirmadas na política, que divergem (o que é do jogo político), mais que não conseguir acertar-se, brigam desenfreadamente.

Para ficar apenas nesta semana, e até a manhã de quinta-feira (sim, pode ter havido mudanças de lá para cá), circulava a notícia de que a Executiva Estadual havia pacificado a sigla, com Paulo Burmann nomeado presidente provisório, encaminhando eleição interna para junho. Era o que se dizia.

No grupo anunciado havia lugar para todos e um suposto acordo, segundo o qual o ex-reitor da UFSM seria candidato a prefeito (ou vice, em aliança a ser discutida) e Marcelo Bisogno, o outro grão-chefe do pedetismo, e atual presidente, concorreria a vereador e teria apoio de tooodo o partido, numa candidatura à Assembleia em 2026.

Ouvido pelo colunista, subiu nas tamancas e reafirmou o que já havia declarado aqui mesmo há coisa de um mês. Com uma diferença: mais que a crítica ao oponente interno, apresentou documento (confira na imagem que ilustra esta nota) em que dava conta de que a direção estadual, via presidente Ciro Simoni, havia renovado a Comissão Provisória por Bisogno presidida, ao menos até 7 de julho.

Contradizendo, portanto, os adversários. E mais, o presidente se diz disposto a fazer eleição a qualquer momento, se escudando nas centenas de filiados que já afirmava ter acrescentado à sigla.

Fazer o que diante de tudo isso, perguntará o leitor? E o colunista responde: o jeito é esperar pelos próximos capítulos. Que virão. E tendem a ser quentes. Ou não?



Republicanos e a tendência em apoiar o candidato governista


Entre os partidos tidos como médios em Santa Maria, ninguém duvida que o maior é o Republicanos. Sim, embora numericamente menor que o PDT, longe está de ter a brigalhada pedetista, sem falar que tem o dobro de parlamentares. Sim, embora tenha o mesmo número de edis que o PSB, por exemplo, não há dúvida sobre a unidade que cerca o partido liderado por Alexandre Pinzon Vargas, vereador mais votado entre os eleitos em 2020.

O que define politicamente o Republicanos, ninguém duvida, é sua obediência aos preceitos que se originam da Igreja Universal. É o que lhe dá a “liga” e o transforma, de fato, no maior entre os partidos conservadores em Santa Maria e alhures.

Vargas, mais uma vez líder do governo no Legislativo, e alinhado à prefeitura inclusive com postos no Executivo, já declarou a este colunista não estar descartada a própria candidatura a prefeito em 2024.

Isso significa que irá concorrer? É improvável. Aliás, melhor será apostar, diferente de outros pleitos, que a agremiação se unirá a outra na disputa majoritária e centrará esforços na manutenção ou até ampliação da bancada parlamentar. É esse o alimento político mais fácil de ser consumido.

Com nominata cheia, o Republicanos tende a apoiar o candidato governista, que deve ser mesmo Rodrigo Decimo. A conferir ali adiante. E não demora.


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