claudemir pereira

Por 12 votos a 9, vai mudar a direção da Câmara. A menos...

As razões são bem mais. Duas, no entanto, aparentam predominar, para que tenha acontecido, bem antes do final do mandato de um ano, o rompimento interno do grupo que hoje comanda o Legislativo municipal.

Um deles, não necessariamente o principal, foi, parece claro, a melhoria da interlocução do Executivo com o parlamento (problema que havia e foi reconhecido pelo Centro Administrativo), inclusive com vereadores de oposição.

Outro, também parece evidente, foi o dissenso interno e contestações pontuais em relação ao desempenho inclusive de cargos de confiança nomeados pela atual direção. Não há, aqui, juízo de mérito (faltam elementos para esse julgamento, pelo escriba). No entanto, são sobrados os discursos, inclusive na tribuna, nesse sentido.

Essas circunstâncias e outras, que certamente poderão se encontrar, determinaram pelo menos duas dissidências já conhecidas no chamado "Pacto", nome que se deu ao atual grupo dirigente.

Luci Duartes (PDT) e Adelar Vargas (MDB), até onde se sabe, já se comprometeram com um novo status quo e, somados aos 10 perdedores de 1º de janeiro passado (bancadas do PSDB, PT, Republicanos, DEM e PC do B), serão garantidores de um resultado diverso do atual. Em vez dos 11 a 10 de hoje, serão 12 a 9 amanhã, no sentido contrário.

Mais, segundo foi possível ouvir de fontes do grupo possivelmente vitorioso, há consenso inclusive em relação a quem vai comandar o Legislativo: o petista Valdir Oliveira na presidência e a pedetista Luci como 1ª vice-presidente.

Sempre é possível dizer, dado o histórico longínquo do parlamento municipal, que não há garantia alguma de que isso se concretizará. Ainda mais faltando cerca de um mês para a eleição interna do Legislativo. No entanto, além das razões listadas logo acima, existem os antecedentes mais recentes da Câmara. Há pelo menos cinco anos, senão mais, surpresas de última hora não têm acontecido. Assim...

Dito isto, e para justificar a parte final do título desta nota, tudo está rigorosamente certo até aqui. A menos... A menos que a soberba tome conta (e até existem alguns sinais exteriores disso) e ultrapasse o bom senso. Sim, tudo pode acontecer. São seres humanos de que se trata.

Há quem, por exemplo, não tenha gostado de certas manifestações públicas ou mesmo nos bastidores, dando o pleito como favas contadas. E mesmo que, no outro lado, algumas manifestações também chegaram a criar algumas faíscas, sempre há risco. É improvável, quase impossível, mas...

De todo modo, aos que estão do lado de cá sobra uma certeza: o resultado se anunciará dia 30 de dezembro, na sessão convocada exclusivamente para decidir a Mesa Diretora. De lá não passa. E ponto.

Perguntas do milhão: que fará Leite? E para onde irá Decimo?

E O LEITE? - Definitivamente, os brasileiros não acreditam nos seus políticos. Ou, num cenário otimista, no mínimo desconfiam. Mesmo naqueles que, quando o assunto é eleição, sempre cumpriram o que prometem. Veja o caso do governador Eduardo Leite. Prefeito de Pelotas, afirmou que não concorreria à reeleição. Não concorreu. Ficou dois anos fora de disputas e voltou candidato (e vitorioso) ao Palácio Piratini.

Agora, derrotado na prévia presidencial tucana, reafirmou sua promessa de não concorrer à reeleição e até acrescentou que não irá candidatar-se a nada, cumprindo seu mandato e tentando influenciar na própria sucessão. Pois, ainda assim, há quem não creia no cumprimento dessa palavra.

Perguntará você, leitor: e o escriba? Pois o acima assinado acredita no governador quando ele diz não concorrer outra vez ao Piratini. Mas está tentado a crer que concorrerá ao Senado. Mas sem muita convicção. Não Eduardo Leite, mas o colunista.

E O DECIMO - Só há uma coisa certa na vida política do vice-prefeito Rodrigo Decimo (foto): ele terá de arrumar um partido novo, porque o que o abrigou até aqui sumirá do mapa político brasileiro. Sim, para quem não sabe, já que o homem é discreto mesmo, ele está filiado ao (quase) finado PSL.

A pergunta do milhão: para onde irá Decimo? Palpite claudemiriano: num primeiro momento, para lugar nenhum. Pode ficar sem partido até meados de 2024. Lá, sim, se quiser (e ao que consta, ele quer) concorrer a prefeito, terá de se filiar a alguma sigla. Que, e aí é outro palpite, tende a ser o PSDB. Tende.

Sem sebo nas canelas. As exceções são Tony e Falk

Uma preliminar: ninguém precisa sair correndo do PSL ou do DEM e assumir uma nova agremiação. Só quem necessitará fazer isso, obrigatoriamente, são os detentores de cargo eletivo por uma dessas duas siglas. Mesmo esses, exceto os que pretendam concorrer em 2022, poderão aguardar melhores ventos e/ou oportunidades.

Dito isto, e exemplificando, em Santa Maria apenas duas pessoas terão de dar logo um jeito na vida.

Uma delas é o vereador Tony Oliveira, ainda pesselista, que já disse pretender disputar vaga na Assembleia Legislativa. Inclusive, ele próprio definiu seu destino: vai para o Podemos, para onde enviou um batalhão precursor, com assessor seu assumindo a presidência local. Tony precisa de uma sigla para concorrer, então a necessidade de decisão rápida.

O outro que também terá de se definir quase imediatamente é o demista Ewerton Falk. Também claramente candidato ao Legislativo estadual, terá de obrigatoriamente assumir uma agremiação. E estaria decidido, inclusive. Vai para o PL - o mesmo de Jair Bolsonaro e Onyx Lorenzoni, o primeiro até outro dia sem partido, o segundo ainda do agônico Democratas.

Claro que os demistas irão (quase) todos no rumo do PL, inclusive os ocupantes de cargos de confiança na Prefeitura e o único vereador da sigla, Manoel Badke. E como querem influenciar na agremiação, logo estarão lá. Mas não carecem de por sebo nas canelas. Podem ir no trote. Ou no passo.

LUNETA

PRÉ-FOLIA

Fica mesmo para fevereiro a definição do candidato a governador pelo MDB. Muito provavelmente sem prévia, depois da desfiliação, na quinta-feira, de Roberto Argenta - que concorrerá ao Piratini, mas não como emedebista, já que a sigla deixou claro não querê-lo. E o candidato, ao que tudo indica será Alceu Moreira. Ah, para quem não sabe, a folia momesca em 2022 será nos primórdios de março.

TUDO MUDOU

O MDB, ou ao menos seu presidente, Alceu Moreira, imaginava diferente. A ideia era lançar o candidato, e o próprio Moreira estava na prateleira de cima, neste sábado, 4 de dezembro, no Congresso Estadual da sigla, na capital. Pela resistência encontrada, o encontro virou algo para novos discursos e a entrega da "plataforma do plano de governo", discutida em vários encontros regionais nos últimos meses. Pooois é...

CONCEITO

O deputado Roberto Fantinel (suplente em exercício) teve momento particularmente importante para seu currículo nesta semana. Relator do processo que poderá levar à cassação do colega Ruy Irigaray, do PSL, o emedebista viu o relatório ser aprovado por unanimidade na Comissão de Ética da Assembleia. Como se diz por aí, Fantinel "subiu no conceito" de seus pares e da opinião pública.

LOGO ALI

Se há um político que não se elegeu em 2020, mas não para de se mexer, este é o primeiro suplente da bancada do Progressistas, Zaloar Soares da Silva. Além de se colocar à disposição para concorrer à Câmara dos Deputados, numa inglória disputa eleitoral, articulou a criação do setor e virou presidente do Movimento Comunitário do PP. Vamos combinar: no caso dele, 2024 está ali na esquina, bem mais perto que logo ali.

PARA FECHAR!

Que se diga: desde que assumiu no primeiro mandato, em janeiro de 2017, o prefeito Jorge Pozzobom tem procurado estar ao lado dos familiares das vítimas e dos sobreviventes da tragédia da Kiss. Não lhe deu voto algum a mais ou a menos, mas garantiu o respeito de muita gente, numa trajetória em tudo diversa do governo anterior. Isso é fato, não opinião. E ponto.

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