claudemir pereira

Em 2022, confira: forasteiros, com uma exceção, terão a preferência dos partidos

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Foto: Tiago Machado (Divulgação)

Na semana passada, com certeza, o leitor percebeu aqui um certo entusiasmo do colunista. Aqui se escrevia sobre as possibilidades de ver um bom desempenho dos atuais deputados estaduais - com maiores ou menores chances de reeleição para Giuseppe Riesgo (Novo), Roberto Fantinel (MDB) e Valdeci Oliveira (PT).

Mais: ousava-se apontar até seis eventuais novidades nas unas santa-marienses, com três homens e outro tanto de mulheres, de partidos diferentes e que podem, quem sabe, arrebatar os santa-marienses a ponto de convidá-los ao voto local.

Não há o que retirar do escrito. Mas é preciso dizer, de outro lado, que o ânimo é exatamente o oposto quando o assunto é a eleição para deputado federal. Mais uma vez, já é possível perceber que, com exceção do PT de Paulo Pimenta, que caminha para mais um mandato com a ajuda do voto santa-mariense, nenhuma outra sigla apresentará candidato competitivo para 2022.

Sim, haverá nomes. Gente que tentará, eventualmente, beneficiar-se do desempenho geral do partido no Estado ou mesmo se cacifar para uma eleição futura, a vereador ou, excepcionalmente, a prefeito. E mais nada. Ou, o que é pior, do ponto de vista local, mais uma vez os grandes partidos apostarão suas fichas, militâncias e até investimento em forasteiros.

É do jogo, claro. Mas não deixa de ser triste ver que uma comunidade que já teve três deputados federais se conforme em se transformar em verdadeira "cidade-dormitório" de votos para visitantes, muito deles tão ocasionais que por cá só aparecem justamente para buscar o fugaz, mas fundamental, sufrágio quadrienal.

As siglas com maior militância na cidade, MDB, PP, PDT e o próprio PSDB (se Jorge Pozzobom não concorrer - a hipótese de ir às urnas é improvável, mas nunca é demais deixar a porta aberta, porque é de política que se está a escrever), se entregam alegremente aos forasteiros.

É evidente que ninguém se elege apenas por Santa Maria. Mas, se nunca for apresentada alternativa, esta não poderá se consolidar, ainda que na eleição seguinte. E nem tente colocar isso para os líderes. Inclusive porque a maioria deles, com sua militância, já está comprometida com os "de fora". Uma pena, mesmo, para a cidade.

Ah, como curiosidade, confira os 10 santa-marienses que concorreram a deputado federal em 2018, por ordem alfabética: Dieisson Calvano (PSD), Francisco Harrisson (MDB), Leonardo Klein (Novo), Manoel Badke - Maneco (DEM), Nathalia Ávila (Novo), Oséas Costa (PRB). Paulo Pimenta (PT) - eleito com 133.086 votos (26.297 em Santa Maria), Tatiane Marques (PSL), Tiago Aires (PC do B - hoje no PT) e Werner Rempel (PPL - hoje no PC do B).

No PP, a bola está com Sergio Cechin

Mauro Bakof será presidente do PP santa-mariense até agosto. Por conta da pandemia e das dificuldades de fazer a convenção, seu mandato (e de todos os demais dirigentes municipais do partido no Estado) foi prorrogado por três meses pela direção regional. Até lá, imagina-se, possam se dar as condições necessárias ao encontro, ainda que híbrido.

Isso ele fala. O que o dirigente não diz, e até nega, mas o colunista mantém, é que os esforços todos são feitos para que seu substituto seja o ex-vice-prefeito e ex-candidato a prefeito Sergio Cechin (foto). Mais: ainda que Bakof refute, ele próprio articula junto aos vereadores e seus suplentes, além de outros militantes, buscando apoio para a ideia.

O objetivo de importantes militantes da agremiação é tornar Cechin não apenas o dirigente máximo da sigla na cidade, como também fazê-lo, a partir desta condição, candidato natural do PP à Assembleia Legislativa. Sim, isso, Bakof confirma: o ex-vice só não concorre se não quiser.

Questionado sobre uma eventual recusa (no que raros acreditam), informa que o edil João Ricardo Vargas já se colocou à disposição para concorrer. Inclusive porque, e isso é consenso no Estado, fecha com a candidatura de Luiz Carlos Heinze ao Piratini e ao alinhamento do PP gaúcho às pretensões reeleitorais de Jair Bolsonaro.

Assim é que estaria tudo nas mãos de Cechin. A bola é dele. Desde que jogue. Ah, e Roberta Leitão? Sim, ela também pode ser candidata à Assembleia. Porque quem decide, além do diretório local (que não se oporia), é a Executiva estadual. E também, pois é, provavelmente, a política com mandato mais alinhada a Heinze.

Resumo da ópera: Bakof até agosto, Cechin a partir dali presidente do PP e candidato à Assembleia. Ele ou João Ricardo Vargas. E um ou outro e Roberta Leitão. É o que o Progressistas projeta para os próximos meses e, sobretudo, para 2022.

O núcleo duro do governo. E os saintes

Passada uma semana do anúncio do novo primeiro escalão do governo de Jorge Pozzobom/Rodrigo Decimo, e com o devido distanciamento temporal, já é possível fazer constatações mais precisas. Aqui vão duas, para começar.

NÚCLEO DURO - Além do prefeito e do vice, este com tarefas estratégicas, ao menos outros quatro nomes se incluem entre os que mais de perto estarão do comando e, assim, terão as tarefas políticas mais importantes.

Nessa condição, colocam-se a Controladora Geral (com atribuições ampliadas) Carolina Lisowski, o procurador geral, Guilherme Cortez (ex-Chefe da extinta Casa Civil), o secretário de Comunicação, Ramiro Guimarães, e o chefe de Gabinete (que era do falecido Gabinete de Governança), Alexandre Lima.

APENAS DOIS - Outra observação é sobre, afinal, quem foi excluído. E, olhando nome por nome, nota-se que houve acréscimos, sim, e até efetivações de interinos. Mas, noves fora um que outro, apenas dois viraram passado. No caso, o secretário de Finanças, Mateus Frozza (assumiu a adjunta Michele Antonello), e o titular da Habitação, Marcelo Portella (cargo entregue ao vereador Juliano Soares). E só.

LUNETA

WERNER/RITA

Werner Rempel cumpre, agora em maio, o que antecipou à coluna ainda antes de assumir sua cadeira na Câmara. Está abrindo espaço para a suplente Maria Rita Py Dutra, que ficará um mês (e talvez outro, ainda este ano) no Parlamento municipal. Relembrando: Rempel fez 2.604 votos (foi o terceiro colocado em 2020), e Maria Rita conquistou 2.051 (foi a 7ª, mas não logrou eleger-se).

TRIO DEMISTA

Se há um partido que não tem do que reclamar do governo municipal, não há dúvida, é o Democratas. O partido, que tem em Manoel Badke o seu vereador e que está entre os mais antigos entre os detentores de cargo eletivo, conta com três secretários filiados à grei. A saber: Ewerton Falk (Licenciamento), Marco Mascarenhas (Gestão de Pessoas) e Rodrigo Menna Barreto (Desenvolvimento Rural).

O LONGEVO

Se há alguém que conhece os corredores todinhos das repartições municipais de Santa Maria, do Centro Administrativo e de outros próprios, este é Rodrigo Menna Barreto. Aliás, o médico veterinário formado pela UFSM sabe exatamente onde estão os escaninhos mais recônditos de quaisquer gabinetes e, sobretudo, todas as pedras e buracos das estradas distritais, das mais próximas às mais distantes da sede da comuna.

O LONGEVO II

Não é nada, não é nada, mas é muita coisa. Afinal, Menna Barreto (foto), filiado ao DEM desde os tempos do PFL, pelo qual até a deputado estadual concorreu, é o mais antigo dos secretários municipais. Aliás, tirante três meses pré-eleitorais em 2020, é titular do Desenvolvimento Rural há, pelo menos, 12 anos. Sim, oito do governo de Cezar Schirmer e os quatro primeiros de Jorge Pozzobom. É mole ou quer mais?

PARA FECHAR!

Para quem não notou, o colunista informa: a campanha eleitoral para a Assembleia Legislativa e à Câmara dos Deputados, que está no calendário a partir de junho de 2022, já dobrou a esquina e se aproxima velozmente. Como se sabe disso? Ora, é só prestar atenção na revoada de forasteiros que começam a se achegar à Boca do Monte em busca dos muitos votos disponíveis para colher.

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