Foto: Renan Mattos (Diário)
Para além da implantação do Distrito Criativo, projeto que tem as digitais e a coordenação do vice-prefeito Rodrigo Decimo (que desempenha papel estratégico na administração eleita em novembro passado), há uma questão fundamental e que tem preocupado o governo da comuna.
Ela, por sinal, acaba confluindo exatamente para a consolidação da proposta de fomentar o desenvolvimento do Centro Histórico, via empreendedorismo combinado com a ação do poder público. E qual, afinal, essa situação que, como informação obtida pelo escriba, terá atenção especial e direta do próprio prefeito Jorge Pozzobom (PSDB)?
Se trata da Gare e de tudo o que a cerca. A administração não desistiu de ceder o local para a gestão privada, ainda que com controle público. Gorada a ideia inicial de cessão onerosa, por intervenção de setores culturais e determinação pela Justiça, o fato é que o governo se deu conta que terá de, necessariamente, "por a mão no bolso" e preparar o local, tornando-o bonito e agradável à comunidade, independentemente do gestor.
Uma medida concreta já foi tomada, apurou a coluna. A qualquer momento, será publicado o edital de licitação para a elaboração de um projeto para ocupação do tradicional espaço ferroviário no início da Avenida Rio Branco.
Para bancá-lo, há recursos de uma emenda parlamentar do vereador Manoel Badke, do DEM, parceiro governista. Algo como R$ 70 mil disponíveis para essa empreitada.
Imagina a prefeitura que essa primeira parte possa estar concluída antes ainda do final do ano. E mais: o município já tem a convicção de que a efetivação do projeto de utilização, com modernização acompanhada de preservação histórica, não custará menos de R$ 2 milhões, podendo esse valor inclusive ser duplicado.
De onde sairá essa dinheirama? Do orçamento, com verba própria, o que é menos provável, mas não impossível, ou de recursos obtidos via compensação por outras obras eventualmente bancadas pela iniciativa privada. Ou, numa terceira e não descartada hipótese, financiamento acordado com operador financeiro público. Nesse caso, a Câmara de Vereadores teria de aprovar.
Enfim, o Distrito Criativo depende, além da presença da iniciativa privada, que, ao mesmo tempo, se servirá dele e o manterá, também da intervenção pública. E a Gare é o primeiro e primordial símbolo disso tudo.
O consenso petista e a prioridade tucana
FECHADOS - A coluna tem papeado com dirigentes partidários assuntando sobre candidaturas proporcionais em 2022. Que se diga: não há agremiação mais decidida e sem qualquer contestação interna que o PT. Ali, é consenso entre os dirigentes e militantes graduados: Valdeci Oliveira (foto) e Paulo Pimenta concorrem à reeleição, respectivamente, para deputado estadual e federal.
Mais que isso: embora existam militantes que levantarão a bandeira de outros concorrentes forasteiros, o chamado comando partidário (com suas adjacências) não titubeia por um instante sequer, ao ser questionado.
Duvida? Então confira a resposta direta e reta dada pelo presidente da agremiação (que tem mandato até 2024), Sidinei Cardoso Pereira, às perguntas feitas por este espaço: - existe a possibilidade de algum outro nome local ser posto como candidato? Em caso positivo, quem? Ao que ele respondeu: "até hoje não foi apresentado".
TUCANOS - Outro partido que não tem convenção agora, e o mandato das direções municipais foi prorrogado até março do próximo ano, é o PSDB, do prefeito Jorge Pozzobom. E, que se diga, a sigla presidida por João Chaves, tem uma prioridade hoje, e não é a situação municipal. Todos estão empenhados em tentar fazer do governador Eduardo Leite o candidato tucano à presidência.
Mas há, claro, quem pense localmente nas eleições de 2022. E que imagina não haver nomes para concorrer a deputado federal e, por enquanto, apenas se tenta uma opção à Assembleia. Que seria (embora não esteja garantido) o vereador Givago Ribeiro (foto). A única coisa adicional que fonte graúda do tucanato disse é que, diferente de 2018, quando o então candidato Chaves foi largado no sereno, o partido pretende assumir mesmo a campanha para deputado estadual. Eis aí algo para conferir.
O mandato tampão pedetista e a nova candidatura de Bisogno
O pedetismo santa-mariense ficaria acéfalo agora no final do mês. Ficaria. A Executiva estadual nomeou uma Comissão Provisória, aliás, presidida por Marcelo Bisogno e tendo João Correia como tesoureiro.
Ambos, mais outros cinco pedetistas (sem cargo prévio) - Luci Duartes, Jorge Trindade, Marionaldo Ferreira, Clóvis Assis e Vera Baptista Lucena -, vão encaminhar uma convenção municipal, que deverá acontecer até o final do ano. E lá, apenas lá, diretório e uma executiva permanentes serão escolhidos.
Aliás, segundo boa fonte pedetista, esse grupo não saiu exatamente "do nada". Antes, foi fruto de ampla, e nem sempre fácil, negociação entre pelo menos três grupos significativos no partido e que, embora possam negar, também têm a ascendência de deputados estaduais e federais sobre militantes santa-marienses. E só depois disso se chegou à solução que se considera "consensual".
Aparentemente, também outro tema delicado começa a se encaminhar, entre os militantes do partido fundado pelo falecido "doutor" Leonel. No caso, definir (ou não) candidaturas locais à Assembleia Legislativa e à Câmara dos Deputados.
Aqui, Marcelo Bisogno deve ser confirmado como, mais uma vez, concorrente ao Parlamento gaúcho. Já Paulo Burmann, reitor da UFSM e pedetista juramentado (embora hoje, até por força de seu cargo, sem uma atuação orgânica mais efetiva), seria a alternativa para a Câmara dos Deputados ou ao Senado. Se bem que o colunista desconfia que não combinaram isso "com os russos". Ou com o próprio primeiro mandatário da universidade.
LUNETA
CONVENÇÃO DO PP
Até as 13h da tarde deste sábado, ocorre, na Câmara, o primeiro grande evento partidário presencial desde o início da pandemia. No caso, a convenção do PP, que irá convalidar chapas únicas ao diretório e executiva. Nesta, destaque para o novo mandato presidencial de Mauro Bakof, como a coluna antecipou semana passada. Entre os dirigentes, também a ex-vereadora e ex-secretária municipal Sandra Rebelato.
AGENDA DUPLA
Não é regra. Mas é o que tem acontecido. O governador Eduardo Leite se dedica integral e presencialmente ao Estado até quarta-feira. Da quinta em diante, ao menos até novembro, tem compromissos também vinculados à pretensão de ser candidato do PSDB à presidência da República. São Paulo parece ser a base da pré-candidatura, mas não é raro, como foi há 10 dias, ser visto em debates no Nordeste.
CORSAN
Não é exatamente tranquila, nem mesmo fácil, a aprovação processo de privatização da Corsan, como quer o Palácio Piratini. Há resistências inclusive na base do governo, em muito pressionada pelos prefeitos. O próprio pedido para retirada do regime de urgência dos projetos que estão na Assembleia dá a medida do enrosco. Que poderá, sim, inviabilizar (ao menos por enquanto) a intenção do governo.
O NOME
Ainda há questões a ser resolvidas. Especialmente em relação ao Estado e ao País, com candidatura própria ou apoio a Lula, por exemplo. Mas, que ninguém duvida, o PSB gaúcho aposta bastante nas eleições proporcionais, de uma forma geral. E, no particular, um dos mais prestigiados é o santa-mariense Fabiano Pereira, que se movimenta (com seus aliados) para nova tentativa à Assembleia.
PARA FECHAR!
Que se diga: os líderes empresariais da cidade podiam até torcer, mas não se envolveram no episódio eleitoral interno da UFSM. Isso torna ainda mais legítima a manifestação, feita semana passada, em favor da escolha do primeiro nome da lista, o atual vice-reitor Luciano Schuch. Além do que, lendo a carta com atenção, não se identifica ali qualquer posição "fora Bolsonaro". Muito pelo contrário.