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Você não vai para o céu, mas também não vai para o inferno

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Questionar de onde viemos e, principalmente, para onde vamos após cerrar os olhos no sono profundo da morte ainda desperta grande curiosidade no ser humano. Pois, que me desculpem os que não gostam do assunto, mas hoje vou falar, pela segunda vez, em morte, na visão espírita, claro. Para início de conversa e para todos aqueles que continuarão a ler este texto, apesar do assunto, é importante esclarecer o que é morte para o Espiritismo. Mas, para se entender o que é morte, é necessário que, antes, se entenda o que é vida. Ao contrário do que a maioria pensa, a vida não começa no berço e nem termina no túmulo, pois, se assim não fosse, tendo como princípio o amor e a justiça divina, como explicar de forma lógica e racional e não através de dogmas, as brutais diferenças da vida? É exatamente por este motivo que não há lógica que se sustente sem a tese da multiplicidade das existências. O que nasce e morre é, apenas, o corpo material. Este sim, como perecível que é, morre, mas o espírito que o habita, e que é imortal, continua a viver apenas que em uma outra dimensão, pois que, a vida, esta que estamos vivendo, eu que escrevi este texto e você que o está lendo, é apenas um estágio, aliás, mais um, na vida imorredoura do espírito.

Mas o tema de hoje é saber o que acontece após a aposentadoria do músculo cardíaco? Para onde vai o espírito? Para onde vai a alma? Vai para o céu? Vai para o inferno, para o purgatório ou vai para algum lugar incerto e não sabido onde ficará, aguardando o juízo final para saber se será condenada ao sofrimento interminável ou, se absolvida, será guindada ao céu que lhe dará o direito ao descanso eterno? Pois o Espiritismo entende que nem uma coisa e nem outra, pois não há lógica em nenhuma delas. Neste momento, você poderá estar se perguntando: se ela, a alma, ou ele, o espírito (tanto faz a terminologia), não vai para o céu e nem para o inferno, para onde vai, então? E a resposta é um sonoro "depende". Mas não depende do que foi aqui enquanto "vivo", mas sim na razão direta do seu adiantamento moral. Alguns, os mais desapegados à matéria ou mais bem instruídos sobre as coisas do espírito, compreendem mais rapidamente o que aconteceu e iniciam num menor espaço de tempo o processo de adaptação ao novo modo de viver. Podem até reencontrar amigos que partiram antes e que lhe ajudarão a se recuperar do susto da morte e entender mais rapidamente a sua nova realidade.

Já por outro lado, os excessivamente apegados às coisas materiais e as overdoses dos prazeres e ilusões mundanas, terão mais dificuldade em entenderem a sua nova realidade. Esses, muitas vezes, por uma força magnética poderosa de atração e sintonia ao mundo em que estavam acostumados a viver, não percebem as suas novas situações, pois que se enxergam tais quais eram antes quando habitantes do mundo material. Fruto desse conflito existencial, podem permanecer a viver no meio dos encarnados por um tempo indeterminado numa situação que Kardec chamou de "perturbação espiritual". Mas, como tudo é temporal, chegará um tempo em que a verdadeira situação começará a se desanuviar e com ela o desejo de receber ajuda para fazê-lo entender a sua nova situação. E assim, os prepostos de Jesus na espiritualidade o levarão para o lugar adequando, que não é o céu e nem o inferno, para ser tratado e esclarecido a fim de iniciar a preparação para um novo estágio, como homem ou como mulher, neste educandário espiritual chamado Planeta Terra. A morte, portanto, é o fim de tudo somente para o corpo perecível e apenas o término de mais uma jornada para o espírito imortal. De tudo isso sobram duas certezas, pela ordem, uma ruim e uma boa. A primeira, a ruim. Você não vai para o céu. E a segunda, a boa. Você não vai para o inferno. Em suma: você não vai para o céu, mas também não vai para o inferno.

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