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Sectarismo, uma doença social

data-filename="retriever" style="width: 100%;">O embate político que se dá entre grupos que pensam ser os únicos arautos da verdade é o combustível que alimenta o ódio irracional, que é o amálgama que une cada facção sectária. Saindo do espectro dos grupos em confronto é importante trazer o debate para a racionalidade.

Toda e qualquer afirmação sectária deve ser rebatida racionalmente, porque não se sabe onde se vai parar havendo tolerância; quem cede nas palavras terminará por ceder, aos poucos, também nos atos que foram antes ditos em palavras. E estas palavras são ditas para servirem de baliza interna corporis aos seus sectários e, a título de provocação, para os demais.

Os sectários, em geral, são indivíduos recalcados, com sentimento individual de inferioridade, que passam a ser compensados pelo fervor em torno de um grupo/líder que satisfaça sua necessidade de reconhecimento próprio. Isto suprime suas dúvidas e garante proteção.

A ânsia de dar sentido à existência inferior e vazia, o sectário dilui-se no grupo, esquece sua consciência moral e sua responsabilidade; a sensação de pertencimento ao grupo lhe dá tanto prazer que poderá sacrificar seus próprios interesses pessoais ao interesse do grupo, conforme Freud, em a Psicologia das massas e análise do eu.

Não se espere, portanto, que ele seja racional. A racionalidade o coloca diante do espelho e de uma imagem que ele detesta.

O livro trabalha com a ideia de que o sectário pode ser um indivíduo instruído, mas o gosto pelo grupo pode fazê-lo um bárbaro, proporcionando a vazão de seus instintos mais animalescos, pois nestes grupos sectários a excitação vem de estímulos desarrazoados, que não precisam de nenhuma ponderação racional/argumentativa, basta frases de efeito, imagens fortes, exageradas e repetidas sempre e muitas vezes.

Estimulado, o grupo sectário fica desprovido de razão crítica, o absurdo não existe. O que é suspeita logo se transforma em certeza irrefutável e uma antipatia qualquer cresce ao ponto de se transformar em ódio.

Por irracional que seja, nestes grupos sectários, ideias antagônicas podem coexistir e serem defendidas, sem que a contradição seja compreendida (quando compreendida, não é admitida).

O sectário precisa de um contraponto. Precisa de algo ou alguém para ser o foco de seu ódio. Gerado o ódio está criado o caldo de cultura sobre o qual o grupo irá crescer.

Descendo da teoria para a prática, é o que se vê no Brasil.

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