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PLURAL: os textos de Suelen Aires Gonçalves e Silvana Maldaner

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  • Plano de ação, já!
    Suelen Aires Gonçalves
    Socióloga e professora universitária

    style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">

    Estamos vivenciando, neste momento, uma segunda onda da Covid 19 no Brasil. Índices de contaminação e de vítimas elevados, como em momentos de crise do ano passado, voltam a ser manchetes em algumas regiões do país e do nosso estado. A segurança sanitária precisa ser fortalecida com medidas efetivas, para que possamos ter reduções em contaminações e mortes. Mas, para tal, necessitamos de planejamento e ação do poder público, com iniciativas vislumbrando um plano local de vacinação e de desenvolvimento social e econômico, tendo em vista a imobilidade do governo federal.

    URGENTE

    Neste contexto de pandemia e diante de uma crise econômica fortíssima, que gerou aumento de desemprego e precarização das relações de trabalho, torna-se necessário um processo de atenção aos sistemas de saúde, assistência e renda emergencial para garantir a sobrevivência da população. Necessitamos de um plano para um projeto emergencial que vise contribuir com a sobrevivência dos que mais necessitam de atenção. Como, por exemplo, a instituição de uma Renda Básica Municipal. A fome não espera e precisamos atender a população em um momento de um processo crescente de miserabilidade.

    VACINAÇÃO

    E, também, necessitamos de um plano de vacinação local para imunização da população, desde o grupo de risco até a população em geral. Para que possamos garantir um enfrentamento real à pandemia e a preparação de uma retomada econômica segura. Por fim, reitero o compromisso e defesa do patrimônio público e do serviço público de qualidade para a população. Neste contexto, percebemos o quanto é estratégico para a vida em sociedade ter o SUS público, como patrimônio do povo brasileiro. A produção científica, na produção das vacinas, é um marco do contexto e devemos defendê-los para o bem comum da população brasileira!


    Esmolas
    Silvana Maldaner
    Editora de revista

    style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">Tenho observado o número crescente de pessoas nas ruas pedindo esmolas. Crianças e jovens em diversas esquinas, mercados, lojas e sinaleiras. Tem um idoso de muletas que está todos os dias na esquina da Serafim Valandro com Medianeira. Pessoas deitadas ou morando embaixo de marquises, mulheres com bebês, argentinos fazendo malabares e dormindo na rua, bebendo e se drogando. Gostaria de saber se mais alguém tem olhado para essas pessoas.

    Por que chegaram a esta situação? Por que a prefeitura não encaminha para assistência social? Por que permitimos a cultura da esmola? Me deixa profundamente entristecida. Dói na alma ver estas crianças e jovens achando que sua vida depende da sorte e boa vontade dos outros. A esmola muitas vezes é dada por pena, compaixão, e até medo. A cultura da esmola é errada.

    Precisamos dar dignidade. Dar oportunidade. Ensinar a pescar. Promover o seu crescimento enquanto ser humano. Ninguém merece viver de esmolas. Ninguém merece se acostumar com bolsa de miséria. A bolsa auxílio serve para minimizar situações de impacto, momentos de pandemia, de temporais, enchentes ou outras situações emergenciais que o governo precisa socorrer os mais frágeis e necessitados. Mas isto não pode ser a rotina, não pode ser o sustento ad aeternum.

    Um povo que se acostuma a viver de esmolas e de auxílios, sempre será escravo de governos tiranos, que além de não proporcionar crescimento de seu povo, ainda irá fazer marketing se vangloriando da doação de restos, sobras, esmolas e outras campanhas de caridade.

    Ando cansada da caridade publicitária. Da arrecadação com o dinheiro dos outros, e o marketing feito para mostrar como tal político ou empresa é boa e generosa.

    Quer ser generoso? Ajude a sair da miséria. Mostre caminhos. Aponte soluções definitivas. Ensine a trabalhar. Deixe trabalhar. Estimule quem quer empreender.

    ALTERNATIVAS

    Eu não quero uma cidade e um Estado que proíba as pessoas de trabalharem, e depois investirem em campanhas publicitárias para fazer lives, drive thru, ou qualquer outro circo para dar comida e dinheiro para uma quantidade infinita de desempregados.

    Certa vez, quando estive em Hannover, me chamou muito a atenção, de que todos os imigrantes, a grande maioria senegaleses, recebiam aulas da língua alemã, cursos para qualificação e abrigo de um hotel desativado da Rede Maritim. Não existia pedintes nas ruas. Nem pobreza, nem violência.

    Talvez, a cultura alemã esteja anos luz de distância da nossa realidade, mas os nossos vizinhos de Santa Catarina já implementaram a cultura da valorização do trabalho e do crescimento humano. Veja a placa que tem em diversas esquinas de Balneário Camboriú. Chega de tapar o sol com peneira.


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