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OPINIÃO: Por uma cultura de paz nas relações humanas

Episódios recentes em escola no Brasil e mesquitas da comunidade muçulmana na Nova Zelândia replicam o que tem acontecido em diferentes países e situações: manifestações de comportamento de ódio e violência.

São como vulcões que entram em erupção num determinado momento e lugar, mas expõem que o centro da terra tem magma gelatinoso e de elevadíssima temperatura. Vez por outra, tal caldeirão derrete rochas e as expele sobre a superfície da terra.

No caso da cultura do ódio e da violência, ela está acumulada em grande volume na profundidade das redes sociais, em manifestações pessoais e coletivas, na postura de cada um e de grupos. O comportamento agressivo está presente nos lares, ruas, locais de trabalho, lazer ou educação, mas deixa de ser individual e se torna grupal em ambientes de convívio amplo, como multidão ou rede social. Vez por outra, eclode em acontecimentos tão chocantes como alguém invadir escola ou templo religioso atirando indiscriminadamente. É o vulcão da fúria cuja lava foi gerada no magma da agressividade cultuada no convívio entre pessoas ou multidões.

Li dezenas de imputações à falta de ação de instituições públicas, como se fosse possível erradicar tais eventos aqui ou acolá. Os Estados Unidos mostram sequência deste tipo de atentado à escolas sem que, até agora, conseguissem preveni-los ou evitá-los. Os países mais desenvolvidos e organizados já sofreram atentados ou episódios de violência racial, política ou religiosa. É impossível prever todos eles, impedi-los. Ao contrário dos vulcões - cuja localização é conhecida, embora nem sempre se consiga antecipar a possibilidade de erupção - estas ações humanas têm na surpresa quanto a momento, autoria e local, a garantia de não serem descobertas e impedidas.

Houve quem defendesse guardas armados, detector de metais, em cada estabelecimento escolar. E até aquela exacerbação já verbalizada por autoridade norte-americana e que tem seguidores por aqui: armar os professores! Nada disso impediria as tragédias, somente alimentaria ainda mais os riscos e isolaria a escola da comunidade. O ideal é o contrário: a escola como centro comunitário, inserida e vivida pelas famílias e população de onde se localiza. Temos é de reagir à cultura do ódio e da violência. Fazer autocrítica em relação aos nossos comportamentos agressivos. Transmitir aos filhos e familiares a cultura de paz e de tolerância nas relações sociais e comunitárias. Verificar se não andam frequentando grupos de paranoia violenta, tão comuns na internet e em ambientes de convívio.

Fatos isolados e atitudes doentias ou exacerbadas sempre existiram e continuarão presentes. Todavia, temos de impedir sua propagação pelo tecido social, disseminando ódio e atitudes violentas por um grande número de pessoas. E isto tende cada vez mais a acontecer e precisa ser interrompido. Façamos a cultura da paz e do entendimento prevalecer nas nossas relações e interações presenciais ou virtuais.

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