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OPINIÃO: Diálogos culturais

Era uma sexta-feira fria e chuvosa. Mas o tempo não impediu o animado bate-papo que nos proporcionou a segunda edição dos Diálogos Culturais, evento promovido pelo Theatro Treze de Maio.

No palco, o professor Flavi Lisboa Filho, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), mediava a conversa com o professor Marcelo Ribeiro, com o arquiteto e professor Luiz Gonzaga Binato de Almeida e o seleto público. O assunto, bem importante para quem tem um carinho especial por esta cidade: cultura, turismo cultural e patrimônio cultural.

Sentada na plateia, pensava qual seria meu papel no contexto que se apresentava. Não tanto profissionalmente, mas como cidadã que pensa e olha para esta cidade buscando o que ela tem de melhor, que são as pessoas. O professor Binato, como costumo chamar, dá a deixa para puxar o fio do que eu estava pensando. Diz ele, lá do palco: "ando pelas ruas olhando para o alto. Vocês já devem ter me visto por aí, fico assim, lendo os prédios da cidade".

No ponto. Ele tocou no ponto que, para mim, faz todo o sentido. Ler a cidade faz parte de uma consciência cidadã. Ler o nosso patrimônio envolve valor, envolve afeto, envolve reconhecimento da história e do que é importante. Envolve nossas raízes. E envolve educação.

Sim, penso que se o patrimônio cultural de nossa cidade, envolvendo a Vila Belga, os prédios considerados patrimônio histórico, os bustos e monumentos espalhados pela Boca do Monte, não fizerem sentido para mim, não me importam. Podem pintar de azul, verde, amarelo, não vai fazer a menor diferença. Porém, se eu conhecer a história, se eu ler demoradamente e com conhecimento esse patrimônio, ele passa a fazer sentido na minha vida, na minha história. A partir desta leitura envolvente, todo este patrimônio passa a ter valor para mim.

No meu humilde entendimento, este processo passa pela educação. Não entendida como o currículo escolar determinado para os anos, mas como disciplina fundamental para viver e conviver numa sociedade, como cidadania. Quem sabe, talvez, envolver matemática, história, português, literatura, artes, geografia! Pensar fora da caixa nos move para desafios e resultados inesperados, e quase sempre positivos.

A Avenida Rio Branco, a Vila Belga, a Praça Saldanha Marinho e outros recantos culturais podem se transformar numa emocionante e inesquecível aula numa tarde de sol da nossa Santa Maria da Boca do Monte.

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