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OPINIÃO: Ainda Stephen Hawking?

Stephen Hawking me fascina em tudo quanto escreveu, embora eu recuse sua reiterada e insistente afirmação de que Deus não existe (ele escreve deus, com minúscula, pasmem!). Ora, se nada existisse antes do Big Bang, o Nada não seria senão uma manifestação de Deus!

Fora isso, embora algumas afirmações postas em seu último livro - Breves respostas para grandes questões - me provoquem, delas vou para além.

Chego agora à janela e vejo uma pequena nuvem cobrindo  a  luz  de  uma  estrela  por  uns  instantes.  Pergunto-me,  então,  se as nuvens pequeninas não seriam tanto ou mais do que o Todo. Uma coisa dentro  da  outra,  repetitivamente,  sem  fim: eis o Todo.

Escrevi demasiadamente, aqui mesmo e por aí, a propósito do tempo e dou-me conta, como se fosse de repente, de que o tempo - um aspecto do Todo - não existe, mas existe.

Agora há pouco - ou teria sido há ou daqui a duzentos anos? - assisti o penúltimo capítulo do Espelho da Vida na televisão e, de repente, lembrei-me de um encontro que tive com Eugène Boudin e Claude Monet em Honfleur. Um encontro a respeito do qual já escrevi nestas minhas linhas quinzenais. Pergunto-me se somos concomitantes ou não. Na novela - bela novela! - Júlia Castelo e Cris Valência são uma só, embora sejam ou tenham sido duas em distintas versões do tempo!

Vou me repetir, embora isso não seja repetição. Apenas uma outra versão, em outra Terra, do que escrevo. Nos termos da última pesquisa do Hawking, o chamado Big Bang criou não somente este que te-mos como nosso, mas um número inco-mensurável de universos!

O nosso é uma parcela do multiverso, dentro do qual - existiria algo para fora dele? - somos todos e, concomitantemen-te, cada um de nós. Somos múltiplos de nós mesmos! Exemplificando, com o mesmo exemplo de sempre: o Teodoro d'O Mandarim, do Eça de Queiroz - embora o Eça seja eu! - sou eu. Daí, digo a vocês (a mim mesmo), todos nós não somos outros, somos um!

Bah, tchê! Como dizia o nosso conterrâneo Augusto Meyer, "masco e remasco a minha raiva, chewing gum". Raiva não, mas sim a memória de hoje e do que costumam chamar de "ontem" e de "amanhã".

Não te esqueças - ainda que isto te aborreça, meu caro leitor - de que tu és eu e talvez amanhã (ontem, sei lá!) venham ao nosso encontro a Júlia Castelo, a Cris Valência e o Stephen Hawking, outra vez.

Em tempo (para não dizer post scriptum): estou começando a me repetir muito nestes meus artiguinhos quinzenais; mas não faz mal, já que - quem sabe? - quiçá apenas alguns deles sejam lidos nas inúmeras Santas Marias do Multiverso!

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