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Opção de votar

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Legalmente o voto é obrigatório, mas estamos no Brasil, onde tudo é relativo e, por isso, de fato podemos dizer que é semiobrigatório, pois é fácil apresentar justificativa e, se não o fizer, a multa é ridícula.

Está muito comentada a abstenção eleitoral. Abstenção mais votos nulos e brancos, superou ao vencedor da eleição. Em Santa Maria, o eleito conquistou 71.927 votos, a abstenção foi de 58.876, maior do que a votação do derrotado, que fez 53.616 votos. Soma da abstenção aos nulos (7.935) e brancos (6.788) é de 73.589 eleitores que que optaram em não escolher qualquer dos candidatos.

O eleito não obteve o apoio explícito praticamente de dois terços do eleitorado. O grande desafio é governar para todos e não somente para os que o elegeram.

Aliás, o presidente da República tem sofismado dizendo que a vitória nas urnas lhe daria o direito de impor sua vontade sobre a toda população. Sua votação foi de 57 milhões de votos, o adversário fez 47 milhões. A abstenção, nulos e brancos somaram 42 milhões.

O eleito fez pouco mais de um terço do total do eleitorado.O porcentual de abstenção, nos últimos pleitos, tem se mostrado crescente. Difícil determinar por que está evoluindo a indisposição de votar.

Alinho algumas hipóteses.

Pode indicar o esgotamento do voto obrigatório. Muitos prefeririam a omissão. Penso que a omissão é ruim para a democracia. Por outro lado, votar por obrigação, fazendo uma escolha aleatória, é pior do que abster-se.

Outra alternativa, reforça a anterior, seria o cansaço de como a política tem sido reduzida aos interesses particulares desconectados dos anseios coletivos e/ou dos métodos rasteiros, que marca as campanhas eleitorais, que deixam de ser debates de ideias para serem palco de agressões, mentiras e ataques virulentos. Numa linguagem mais direta: nenhuma das candidaturas representam o eleitor e, por isso, ele se nega a escolher um candidato.

Em Santa Maria não se ouviu falar de orçamento,  saneamento básico, de melhoria no Ensino Fundamental, na regularização fundiária, em melhores condições de mobilidade urbana, na melhora de parques e áreas verdes, para ficar em poucos e expressivos exemplos. O debate girou em torno da posse de uma caneta (para fazer exatamente o quê? Nomear correligionários?). A caneta virou o troféu disputado. Desanima sair de casa para escolher quem terá a caneta.

Mas como chegamos a este estado de coisas? Os candidatos e coligações decorrem de interesses meramente eleitorais, objetivando o poder da caneta, sem objetivos políticos claros e determinados. Abstenção, votos nulos e brancos foram sinais a serem diagnosticados.

Os partidos políticos têm grande responsabilidade em cultivar princípios políticos e não se deixar levar pela ânsia do poder a qualquer preço e pela busca de cargos.

A democracia, apesar de tudo, continua sendo a solução. Acredito que vivemos uma fase ruim, mas sairemos dela.

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