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O que você precisa saber sobre os agrotóxicos

É de conhecimento popular que o atual governo Federal segue a vertente capitalista e que é um reflexo de uma tendência em se eleger representantes do Poder Executivo de extrema direita. Quando analisamos de forma superficial o significado dessas escolhas populares por governos aliados com o mercado econômico mundial, pode nos parecer que os reflexos serão essencialmente positivos, sobretudo no que se refere ao potencial crescimento econômico. Ocorre que crescimento meramente financeiro não necessariamente se traduz em qualidade de vida para a população.

A adoção de políticas de abertura e submissão às macroeconomias no mais das vezes traz danos imensuráveis à população e ao meio ambiente. É o caso dos agrotóxicos e as frequentes autorizações concedidas pelo governo Federal para registro de novos produtos. Para quem ainda não sabe, o Brasil é um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo e autoriza a produção e uso de químicos já vetados em países desenvolvidos. Assim, quando os países ricos proíbem o uso de determinados produtos em face do apontamento, por pesquisas científicas, de sua alta potencialidade danosa à saúde humana e ao meio ambiente, as indústrias agroquímicas migram para as nações subdesenvolvidas ou em desenvolvimento, onde as facilidades correm soltas. Dessa forma, na contramão de quem já experenciou o uso massivo de agrotóxicos e concluiu, pelo seu conhecimento tecnológico, por abolir parte deles, no Brasil o número de produtos autorizados não para de crescer.

Ao agronegócio interessa produzir cada vez mais e obter enormes lucros. Às multinacionais agroquímicas importa manter e fomentar seus ganhos. E à população, o que importa? Nos importa uma alimentação saudável e que possamos consumi-la sem o risco futuro de um câncer, de alergias alimentares ou outras doenças. Nos importa um ambiente sustentável, a manutenção da biodiversidade e a possibilidade de pensarmos no nosso futuro e no dos nossos filhos e netos sem esse pânico que hoje nos assola. Mas quem se importa com o que nos importa?

Por que não ouvimos falar da alta produtividade dos produtos orgânicos na atualidade e de seu crescimento de 15% a 20% ao ano? Porque isso não interessa ao agronegócio, tampouco às indústrias agroquímicas! Porque isso não interessa ao mercado econômico mundial que dita as regras, inclusive, na edição da legislação interna sobre o assunto!

O veneno está em nossa boca em praticamente tudo o que consumimos: da alface à farinha, do brócolis ao óleo de soja, do morango à carne produzida com ração vegetal. Por certo não podemos fugir disso em um futuro próximo. Mas (ainda) podemos nos manifestar, ainda podemos boicotar produtos com alto uso de agrotóxicos, ainda podemos nos insurgir. Embora nossas vozes pareçam fracas e impotentes, elas podem se unir a outras e se fortalecer. E é nesse sentido que manifesto a minha voz, na esperança de encontrá-las: NÃO ao aumento no uso de agrotóxicos! NÃO às novas autorizações de registros! SIM ao fomento da produção orgânica!

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