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O Brasil são os brasileiros

data-filename="retriever" style="width: 100%;">O Brasil não é apenas o território, somos nós, a nação que ocupa o território, com as características próprias que nos distinguem de outras nações. Não é possível buscar entender o labirinto político em que estamos perdidos sem olhar para trás, pensar como fomos formados e porque somos como somos.

A nação nasceu artificialmente, forjada por pessoas que não desejavam construir uma pátria para si, vieram para explorar as riquezas do solo. Alguns vieram voluntariamente, outros contra a vontade, europeus degredados e africanos escravizados. Os silvícolas, que eram os ocupantes da terra, foram caçados, escravizados, usados como guerreiros, destituídos de suas identidades.

Na gênese do Brasil está o descompromisso com a sociedade, que não existia, o país era apenas um território a ser explorado e saqueado. Eram diversos grupos de interesse econômico, sem qualquer compromisso social. Ao contrário, apesar de unitário legalmente, o país até muito pouco tempo era (?) um conjunto de "coronéis" que dominavam currais eleitorais garantindo vantagens pessoais e familiares.

As Capitanias Hereditárias, na prática, nunca deixaram de existir, apenas se pulverizaram. Replicamos mal e tardiamente a era feudal, que na Europa durou até o século 15. No Brasil, ainda hoje, é possível dizer que há feudos em que determinadas famílias exercem o poder político e econômico, enquanto a população em geral é massa de manobra.

O objetivo principal da Coroa Portuguesa sempre foi explorar ao máximo, concedendo o mínimo, sem qualquer preocupação com a construção de uma sociedade futura autossuficiente e capaz de se autogerir.

A declaração de independência não alterou este estado de coisas. Os mesmos que vinham exercendo o domínio político e econômico continuaram no comando. A independência foi uma mudança para que tudo ficasse como estava.

A proclamação da República foi outro rearranjo, apenas uma "troca da guarda" daqueles que mandavam. A população nunca foi priorizada. A Revolução de 1930 permitiu um salto de modernidade, mas não o suficiente para que os interesses patrimonialistas deixassem de existir.

O brasileiro não pertence a uma sociedade amigável. O governo é estranho aos interesses do homem comum, é visto como um ente dominador e explorador.

O "jeitinho" brasileiro é forma encontrada para enfrentar a falta de sensibilidade social dos governos, sua fúria tributária sem retorno palpável, suas mordomias e, acima de tudo, aguentar os bem-nascidos por pertencer ao governo ou ser próximo dele, por possuir instrução e/ou dinheiro e a capacidade desses de humilhar e esmagar aqueles que estão abaixo na hierarquia social artificial .

Sintetizando, porque o espaço é limitado, vivemos num país em que os que governam não estão nem aí para o povo e, em contrapartida, o povo não está nem aí para o que dizem e fazem os do andar superior. Não nos entendemos como sociedade organizada

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