opinião

O Brasil é que precisa ressuscitar



A disputa eleitoral programada para outubro já tem anunciada mais de uma dezena de pré-candidatos a presidente da República. Pelo que se leu, viu e ouviu, boa parte deles tem soluções mágicas para resolver todos os problemas do Brasil. É pura balela, conversa fiada, discurso raso etc. Nosso país não vai ser salvo por um Messias, mas sim por um projeto de concertação nacional, que contemple quem produz as riquezas e, principalmente, os trabalhadores e a população mais necessitada dos serviços básicos. 

Além disso, os brasileiros devem estar vigilantes e na luta pela manutenção da democracia, às vezes colocada em risco pela violência e a barbárie praticadas por grupos dispostos a cercear a liberdade do nosso povo. Exercer a democracia contra nossos oponentes com ovos, pedras, relhos e tiros não passa de atos varzeanos e covardes. Tais procedimentos só servem para reforçar a intolerância, o ódio e a raiva, que não contribuem em nada na busca por um país mais justo para a população viver.

A tão badalada reforma trabalhista aprovada pelo governo Temer e seus apoiadores, até agora, não gerou mais empregos. Pelo contrário, até aumentou o desemprego. Dados do IBGE apontam que a taxa de desocupação voltou a crescer no trimestre encerrado em fevereiro deste ano. A taxa atingiu 12,6%, uma alta de 0,6% em relação ao trimestre finalizado em novembro do ano passado. O Brasil passou a ter 13,1 milhões de desempregados. Em números absolutos, entre um trimestre e outro, o resultado representa mais 550 mil pessoas em busca de emprego.

Se não bastasse isso, ainda temos de enfrentar o "entreguismo" praticado pelo governo Temer, como o pré-sal, isenções fiscais a petroleiras, Refis para grandes empresários devedores, perdão de dívidas de ruralistas, e as privatizações da Embraer e da Eletrobras (a caminho). A soberania nacional é jogada no lixo diariamente. Enquanto isso, a saúde, a educação, a segurança e os programas sociais ficam comprometidos pela falta de investimentos governamentais.

A intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro ainda não disse a que veio. Por meio de medida provisória, o governo liberou R$ 1,2 bilhão para custear as operações. Por enquanto, a ação parece mais midiática. Isso que tinha a meta de melhorar a imagem e a credibilidade do governo Temer, agora abaladas pela Operação Skala. A ação foi deflagrada dentro do inquérito que investiga se empresas do setor portuário pagaram propina para serem beneficiadas com um decreto presidencial assinado por Temer.

Se, diante de tudo isso, os brasileiros não despertarem para o turbulento momento vivido no país, e agirem como protagonistas da mudança necessária, o jeito é aceitar o atual cenário e não reclamar de absolutamente nada. Alguns, menos perseverantes, vão se mudar para o Uruguai. Outros, com o dinheiro das economias, vão ousar viajar para Portugal. São alternativas possíveis.

Como um sujeito a esperançar, cito o poeta Augusto dos Anjos: "A esperança não murcha, ela não cansa. Também como ela não sucumbe a crença. Vão-se sonhos nas asas da descrença. Voltam sonhos nas asas da esperança."

O professor Nilson Lage vai além. No artigo "País que não se pensa grande, sempre será pequeno", publicado no blog Tijolaço, ele diz que "a fragilidade nem sempre está nos braços, costuma estar no espírito."

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