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Ninguém tem o direito de mudar o calendário de Deus

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Eu sei que o Setembro Amarelo, consagrado à prevenção do suicídio, já passou e muito se falou nele sobre as causas que levam as pessoas a cometerem o ato extremo de desespero e desencanto que as levam a tirar a sua própria vida. Mas não é sobre as causas que vou abordar esse tema, mas sim sobre suas consequências, na visão espírita, é claro, já que este espaço, com a aquiescência da diretoria do jornal, se propõe a isso.

Quem se suicida, acredita, piamente, que abreviando a sua própria vida, estará dando um ponto final a todos os seus problemas e angústias, pois que muitos são os motivos que levam as pessoas a tirar a própria vida na expectativa de que esse ato seja a solução para uma vida vista como sem horizonte.

Infelizmente, dar fim à própria vida de forma consciente, abrindo mão de todas as outras possibilidades para uma possível paz, ao invés de ser uma solução, transforma-se num caminho muito longo de dores e sofrimentos, pois quando alguém pratica esse ato, está ferindo a si mesmo mais profundamente do que possa imaginar, na medida em que estará ferindo seus dois corpos: o material e o espiritual.

O autoextermínio causa graves estragos no corpo espiritual do suicida que pode levar um tempo extremamente longo para ser recuperado. Associado ao indescritível sofrimento originário do ato terminal, ele sofrerá a primeira grande decepção ao perceber, surpreendido, que ele continua vivo, pois apenas conseguiu sair do corpo sem sair da vida, pois que a vida continua, somando-se a isso, as dores proporcionadas pela decomposição da matéria orgânica, na medida em que descobrirá da maneira mais dolorida possível que a morte não existe e que suas dores, agora, pelo ato cometido, estão ainda mais potencializadas.

Muitas vezes precisamos olhar nossas vidas sob uma perspectiva diferente, pois todos temos um tempo determinado para permanecer na Terra e, encurtá-lo por nossa própria iniciativa, além de pararmos no tempo em relação à evolução espiritual, cometemos um crime contra nós mesmos e contra a lei de preservação e sobrevivência que todos nós, indistintamente, trazemos dentro de nós.

A vida não é um mero acaso. Para tudo há uma razão de ser e as eventuais dificuldades com as quais nos deparamos ao longo da nossa jornada, nada mais são, embora você possa não acreditar, do que preciosas lições de aprendizagem do espírito imortal na sua trajetória evolutiva. Assim como qualquer máquina inventada pelo homem é projetada com uma bateria para durar até um determinado período, o corpo humano, por sua vez, também é programado pela engenharia espiritual para um determinado tempo de vida. Em cortando essa carga energética que dá vida ao seu corpo material, você não estará somente cometendo um crime contra você mesmo, mas, também, decepcionando, traindo e fazendo sofrer seus familiares aqui na Terra como, também, toda equipe espiritual que planejou minuciosamente a sua encarnação. Por tudo isso, se você em algum momento pensou, ou está pensando em cometer esse ato extremo e radical contra a sua própria vida, por mais difícil que ela esteja, lembre-se de que o suicídio tira apenas a vida temporária do corpo, mas não tira a sua verdadeira vida, a vida do espírito. Como disse Milan Kundera no seu livro A Imortalidade, "o homem pode por fim à sua vida, mas não à sua imortalidade". Por isso, pare, pense, reflita, busque outras alternativas. Não troque a realidade que você conhece por outra que você não conhece e que poderá, e será, muitas vezes, pior e muito mais sofrida.

Não esqueça que ninguém, absolutamente ninguém, tem o direito de tirar a sua própria vida, por duas razões muito simples. A primeira porque essa decisão não nos pertence, e, a segunda, porque ninguém tem o direito de mudar o calendário de Deus

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