colunistas do impresso

Neste sete de setembro, reflexões sobre Pátria

style="width: 100%;" data-filename="retriever">

Sete de setembro. Dia de reverenciar a Pátria, refletir sobre a condição de brasileiros, celebrar progressos e conquistas, revisar erros e fraquezas.

A pátria, diz-se que é a terra onde nascemos. Na história da humanidade, milhões assumiram, por vontade ou coerção, como pátria outra terra que não a de nascença. Por outro lado, não é somente um lugar onde se nasceu ou se optou viver. É também história, cultura, patrimônio telúrico, moral e afetivo. Inclui a consciência do destino comum. Pátria é a síntese disso tudo e algo mais.

As pátrias carregam fragilidades, problemas. São constituídas de humanos e é da natureza destes a limitação e a impossibilidade da perfeição que deve ser buscada, mas jamais será alcançada. Quando amamos a nossa Pátria, celebramos sua grandeza e reconhecemos fraquezas que sevem para nos incentivar a buscar correções e progressos. A história de cada povo tem momentos grandiosos e vitórias, bem como episódios condenáveis e derrotas.

Assim também os heróis da Pátria. Cada um tem feitos épicos e contribuições extraordinárias, todavia, sem deixar de ser humano, com falhas e erros. Selecionaram alguns para serem exaltados, muitos outros foram esquecidos. Heróis também foram e são os anônimos trabalhadores que honestamente carregaram em suas costas o país, ao longo dos séculos e ainda o fazem. Os que foram escravizados e conduzidos para cá nas mais precárias condições e fizeram as tarefas básicas para nosso bem-estar e progresso. Os vencedores e os vencidos de tantos episódios.

A Pátria não pertence a uma classe social, religião, corrente política. Abrange a todos. Pertence ao conjunto dos brasileiros de ontem, hoje e amanhã. Não se limita a governos ou sistemas políticos, transcende-os. A Pátria não foi exclusiva de Dom Pedro II, incluia até os republicanos. Nem a Getúlio, Juscelino, Médici ou qualquer outro: a Pátria sempre abrangeu também as oposições. Mesmo quando o autoritarismo tentou discriminar parcela com o "Brasil: ame-o ou deixe-o". Os que questionavam o regime, patriotas também eram. Aliás, governos autoritários e populistas intentam muitas vezes confundirem-se com o sentido de Pátria, de forma errônea e esperta.

Assim, os símbolos da Pátria: eles são patrimônio de todos. Não pode uma facção, movimento, partido, governo ou classe tentar apossar-se deles ou monopolizá-los.

Surpreende inusitada iniciativa governamental de promover uma "Semana do Brasil" (de 6 a 15 de setembro, semana alongada...) na qual propõe liquidações e descontos no comércio e nos serviços para estimular o consumo. Nunca tinha visto algum governo promover liquidações comerciais em qualquer país. Muito menos para celebrar a data magna nacional. Gente que prega estado enxuto, somente com tarefas essenciais, coloca-o de garoto propaganda de promoções privadas. Um observador irônico poderia juntar outros fatos recentes, como a ânsia em vender empresas e riquezas e dizer que os governantes estão mesmo querendo liquidar o Brasil.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Neste sete de setembro, reflexões sobre Pátria Anterior

Neste sete de setembro, reflexões sobre Pátria

Alberto Goldman no céu! Próximo

Alberto Goldman no céu!

Colunistas do Impresso