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Alberto Goldman no céu!

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Começo a escrever estas linhas cá em Tiradentes -onde estamos, Tania e eu - minutos após receber a notícia de que meu amigo Alberto Goldman se foi para o Paraíso.

Agora, primeiro dia do mês de setembro. Ele subindo ao céu, onde há de encontrar Armênio Guedes e o José Roberto Fanganiello Melhem. Meus amigos para todo o sempre desdobrando paz e esperança!

Não me canso de repetir que a vida é maravilhosa. Há uns 11 ou 12 dias, telefonei-lhe para bater papo, contar-lhe que nosso livro em homenagem ao Armênio logo será editado, e fiquei sabendo que ele fora internado no Hospital Sírio Libanês. Chamei-o então pelo celular e conversamos longamente.

Uns dias depois, jantando com a viúva do Armênio, Cecília, ela me alertou para o fato de que o Goldman estava em estado de coma. Um frio passou pela minha espinha.

Curiosamente, quando conversamos por telefone tive vontade de afirmar que quem da nossa geração não foi fichado como comunista não viveu a vida completamente. Ele se filiara ao Partidão quando tinha 19 anos, aluno da Politécnica da USP, de cujo Centro Acadêmico foi diretor, em seguida da União Estadual dos Estudantes, a UEE.

Uma formidável existência política a partir de 1970. Deputado estadual duas vezes, seis mandatos de deputado federal, ministro dos Transportes e vice-governador, depois governador do Estado de São Paulo, em 2010. Reto, direto, objetivo em tudo quanto dizia e fazia.

Durante nossa última conversa relembramos um nosso encontro há muitos anos, na esquina da Avenida Ipiranga com a Avenida São Luís. Ele, o Melhem e eu em um encontro inesquecível!

Fui um dos últimos amigos que com ele falou antes de - como dizem os gaúchos como eu - ter pulado a cerca da vida, partindo para o infinito. Não me canso também de repetir que a amizade, além de maravilhosa, é mágica. É assim como um campo de trigo lançado para além do horizonte, o que nos faz dotados de um olhar sem fim.

Tomo nas mãos, agora, o texto que escreveu para o nosso livro, no qual enfatiza que o Armênio foi um comunista empenhado em democratizar o Partido. Um realista plenamente consciente, na crise de 1964, da possibilidade de vitória do golpe militar. Um democrata convicto. A democracia não era para ele somente um meio de chegar ao poder. Era uma forma de organização avançada da sociedade que necessitaria ser aprofundada para produzir todos os resultados que almejávamos de igualdade e fraternidade entre as pessoas.

Meu amigo Alberto Goldman há de se reencontrar agora com o Armênio e o Melhem. Eu permaneço por aqui, com a certeza, porém, de que um dia nos veremos lá no Céu. Lá em cima, todos juntos reunidos.

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