colunistas do impresso

Jogue fora os preconceitos

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Dia 25 de outubro é o Dia Nacional de combate ao preconceito contra as pessoas com nanismo. A data foi escolhida em homenagem ao já falecido ator norte-americano Billy Barty, o qual era portador nanismo e tornou-se uma das primeiras pessoas a lutar contra essa discriminação. Os dois tipos mais frequentes de nanismo são o hipofisário (causado por alterações hormonais) e o acondroplásico (causado por mutações genéticas).

A acondroplasia, transmitida como um traço autossômico dominante, em 90% dos casos, advém de pais com estatura habitual, e sua incidência é um caso novo em cada 40 mil nascimentos. Essa síndrome genética impede o crescimento normal dos ossos longos, em função da aceleração que ocorre no processo de ossificação das cartilagens.

Os portadores de acondroplasia vivem em uma sociedade não inclusiva, que os expõe diariamente a constrangimentos. Devido ao seu tamanho, geralmente, encontram diversas barreiras, principalmente arquitetônicas. A falta de acessibilidade e adaptações que afetam diretamente a todas as pessoas com essa deficiência, são um transtorno em diferentes espaços. A baixa estatura, principal característica do nanismo, faz com que essas pessoas carreguem o estigma de serem vistos como personagens infantis. Todos esses obstáculos dificultam alcançar autonomia.

Não bastassem as barreiras físicas, enfrentam os curiosos de plantão com suas hostilidades costumeiras. As concepções (e ações) giram, geralmente, em torno do coitadinho, bonitinho ou engraçadinho. Pois digo que, por favor, tirem o seu "inho" do caminho que eles querem passar com os seus sonhos, desejos e realizações.

É bonito fazer o discurso de que todos temos direito a viver livres de intolerâncias. Entretanto, a realidade vivenciada pela minha filha e tantos outros portadores de acondroplasia, não é tranquila. No caso da Marília, o ambiente escolar e universitário, por exemplo, muitas vezes, foi envolto de discriminação, disfarçada de bondade. Por vezes, era a desconfiança de que ela não seria capaz, mascarada de proteção. A falta de respeito e empatia aparece nos mais diferentes contextos. Que bom que ela teve uma família que sempre soube que poderia chegar aonde quisesse. Atualmente, como cirurgiã dentista, tem o apoio da equipe de saúde do seu local de atuação e o respeito dos seus pacientes. Apesar de morar sozinha, trabalhar, dirigir e ter independência financeira, até hoje, sente seu espaço invadido por pessoas medíocres.

Quem passou a vida considerando acondroplasia motivo de piada pode não saber, mas, desde a infância, essas pessoas enfrentam os ignorantes. Diria que esses olhares intransigentes são advindos de boçais, que sequer conseguem ter um pingo de educação.

Risadas ou piedades que não fazem sentido precisam ter fim. Então, por favor, não seja chato(a)! Tenha um mínimo de informação e jogue fora seus rótulos.

#Maríliatuéimensa!

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Iniciativa meritória Anterior

Iniciativa meritória

Narrativas Próximo

Narrativas

Colunistas do Impresso