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Hoje somos potenciais doadores. Amanhã poderemos ser necessitados receptores

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A intenção ao escrever este artigo, a propósito do Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, a ser celebrado em 27 de setembro, não é tentar convencer ninguém a se tornar um doador de órgãos, pois que, se assim fosse, eu estaria em desacordo com um dos princípios basilares do Espiritismo: o livre-arbítrio. Nada e nem ninguém nos obriga a doar nossos órgãos. Tanto quanto as várias opções que a vida nos proporciona de exercitar a nossa liberdade de escolha, esta, tanto quanto outras que fizemos ao longo da nossa existência, é mais uma de cunho pessoal, de foro íntimo e, como tal, não deve ser forçada sob nenhum pretexto, o que não nos impede, no entanto, de abordá-la de forma respeitosa na ótica da visão espírita. E, para começar, faço a pergunta que talvez você esteja se fazendo: o Espiritismo é a favor ou contra a doação de órgãos? Quem procurar essa resposta nas obras básicas do Espiritismo não vai encontrar nenhuma referência sobre esse assunto pela simples razão de que na época da codificação espírita, em meados no século 19, nem sequer se cogitava algo a respeito. E mais, se alguém, com uma visão além do seu tempo, ousasse insinuar que essa possibilidade poderia não somente ser possível de acontecer, mas haveria de ser praticada no futuro, seria sumariamente queimado em praça pública como possuído pelo demônio, figura esta que se acreditava piamente que existia.

Baseado em outras duas premissas básicas do Espiritismo que são a lógica e a racionalidade, associada a uma terceira que diz que "fora da caridade não há salvação", nos permite, com segurança, a afirmar que sim, o Espiritismo é a favor da doação de órgãos. Pois essa mesma dupla, "lógica e racionalidade", nos concita a acreditar, sem nenhuma sombra de dúvida, que todos, absolutamente todos os acontecimentos importantes, e entre eles as grandes descobertas e invenções, são decisivas e impulsionadoras da história do mundo e da humanidade, não sendo frutos do acaso, mas sim de um planejamento absolutamente perfeito e arquitetado por uma sapiência tão suprema que foge completamente do alcance das nossas inteligências muitíssimo limitadas, próprias de seres, que somos todos nós, ainda vivendo nos primeiros estágios da escala evolutiva do espírito imortal. E com os transplantes não seria diferente, pois que, eles também fazem parte desse plano divino, pois se tratam de conquistas da humanidade que permitem a salvação de uma vida ou, pelo menos, do alívio das dores de muitos companheiros de jornada. A medicina representa, no sentido figurado, as "mãos" de Deus na Terra agindo em benefício do homem. Assim que, sempre no tempo adequado, os progressos da ciência acontecem através de homens que reencarnaram com essas missões grandiosas para propiciar a cura e o alívio das dores físicas que atormentam o homem no plano terreno.

Nada, no entanto, nos obriga a doarmos nossos órgãos, mas se o fizermos, que seja com muita consciência, convicção, desprendimento e amor ao próximo. É importante salientar que o doador sempre será beneficiado pelo seu gesto de amor e doação, esteja encarnado ou desencarnado. Se encarnado, receberá ainda em vida o reconhecimento e os agradecimentos pessoalmente aqui deste lado. Se desencarnado, porém, receberá, esteja onde estiver, lá do outro lado, as vibrações de amor e gratidão emanadas pelas ondas sem fronteiras do pensamento não somente do seu receptor, mas, igualmente, da sua família e de seus amigos. E esse reconhecimento por parte do beneficiário com o ganho de mais uma oportunidade de prolongamento da vida no plano material, atuará como verdadeiro bálsamo para o espírito do doador agora habitante do plano espiritual. Por fim, não esqueça jamais de um axioma que diz: "Hoje somos potenciais doadores. Amanhã poderemos ser necessitados receptores".

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