opinião

É hora de dialogar com a comunidade

Entramos no segundo ano da administração do prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) em Santa Maria. Após um ano de mandato, para "ajeitar a casa", chegou a hora de o alcaide tucano dialogar de verdade com a comunidade santa-mariense. A cidade segue esburacada, suja e com iluminação deficiente em muitos locais da periferia, apesar de alguns esforços da prefeitura. Algumas unidades básicas de saúde não funcionam adequadamente, pela falta de médicos, medicamentos e a estrutura precária. Estradas do interior seguem aquém das expectativas dos moradores. O tão badalado Programa Poupa Tempo, para "destravar" o município, ainda não saiu do papel. Isso sem falar no enorme tombo sofrido pelo Executivo na relação com a Câmara de Vereadores, que resultou na derrota governista na eleição para comandar o Legislativo neste ano.

Pozzobom precisa sair da blindagem do gabinete, andar pelas ruas centrais e dos bairros e vilas da cidade, conversar abertamente com a população, ouvir as críticas e sugestões, visitar as unidades de saúde, as escolas, os parques, as praças, andar de ônibus, enfim, dialogar efetivamente com a comunidade, os servidores municipais e os próprios vereadores, principalmente os de oposição.. A prepotência nunca é boa conselheira de qualquer gestor público. A humildade e a serenidade são virtudes que também merecem ser praticadas por aqueles que estão no exercício do poder. Não é à toa que as pessoas têm uma boca e dois ouvidos.

Nem sempre a realidade passada ao prefeito por secretários, cargos em comissão, subalternos imediatos, bajuladores da hora e lideranças empresariais é a mesma enfrentada pela população no cotidiano da cidade. Aliás, repensar ações, reprogramar projetos, dizer "eu errei" e "não" são atitudes vitais para ajustar ideias e corrigir rumos tidos como acertos absolutos. Usar só as redes sociais para comunicar algo à população não é suficiente. É preciso sair da bolha da internet e encarar a comunidade olho no olho, como o prefeito fez muito bem durante a campanha eleitoral.

Na minha ótica, as iniciativas do Executivo em 2017 no setor da saúde, como o Fila Zero e o atendimento odontológico, merecem ser valorizadas. Também destaco a mudança de tratamento implementada pela prefeitura com a Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) e a criação do projeto para construção do memorial. Creio que tudo fruto de diálogo e boa vontade. Isso pode ser expandido aos moradores sem acesso aos canais de comunicação do Executivo e que têm necessidades para serem atendidas.

Tais ponderações são construtivas, afinal, Santa Maria precisa fazer valer sua condição de polo regional na prestação de serviços e no comércio. Isso sem falar da pujança nas áreas educacional e militar. Desta forma, a administração municipal deve ser protagonista nesse processo e fomentar a parceria com outras entidades. Só assim, com diálogo in loco, o lema da atual gestão - A cidade cuidando bem das pessoas - vai ter chances de avançar. Para o bem dela e, principalmente, da população santa-mariense.

O poeta e cronista mineiro Carlos Drummond de Andrade já dizia com muita propriedade: "Dialogar é dizer o que pensamos e suportar o que os outros pensam."

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