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De estilingue à vidraça em 2020

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Uma campanha eleitoral é recheada de muitos ingredientes, alguns verdadeiros e outros nem tanto. O eleitor é o principal alvo, pois ele decide a disputa com o seu voto. Mas esse mesmo eleitor sofre, por vezes, com as "fake news" lançadas via redes sociais. A meta dos candidatos é vencer e chegar ao poder ou continuar nele. Assim, não há bandidos nem mocinhos nessa história.

Em Santa Maria, o atual prefeito, Jorge Pozzobom, sai da condição de estilingue vivida em 2016 para virar vidraça no pleito deste ano. Ele vai precisar ter muito equilíbrio e serenidade para defender-se da artilharia vinda dos adversários. E, claro, os eleitores vão cobrar as ações prometidas e não implementadas pelo seu governo. Atacar o PT não vai ser mais uma estratégia eficiente. Pelo contrário, o prefeito é que vai ser atacado e cobrado pelo PT, o PDT e os demais partidos e candidaturas de oposição. Na sua defesa, Pozzobom vai querer mostrar "o que fez de bom" pela cidade em três anos e meio de mandato.

Mas a primeira grande disputa da eleição é lutar para chegar ao segundo turno. Aí reside uma estratégia fundamental, que as coordenações de campanha e os candidatos devem trabalhar para ter êxito. Pozzobom, ao que tudo indica, vai alegar que quer terminar o que começou. Ou seja, os projetos inacabados ou os que ficaram para trás. Evidente, vai propor novas iniciativas para a gestão 2021-2024. Enfim, Pozzobom vai precisar defender o seu governo, justificar os equívocos cometidos e apresentar novas propostas. Tudo para tentar seduzir o eleitorado santa-mariense a renovar o seu mandato. Não é uma tarefa nada fácil, ainda mais quando a maioria dos moradores reclama, e com razão, da buraqueira na cidade, principalmente nos bairros e vilas.

Manter a dupla com o vice-prefeito Sérgio Cechin é vital para Pozzobom no processo de reeleição à prefeitura. Cechin já deu mostras da sua experiência e participação efetiva no governo. A exemplo do ex-prefeito José Farret, Cechin tem "memória fotográfica" e conhece a cidade e seus problemas como poucos. Tem sido um "escudeiro fiel" na atual administração. Evidente que isso, por si só, não garante nada. Tucanos e progressistas também têm algumas divergências internas que precisam ser ajustadas.

Com a saída de alguns secretários e outros colaboradores para concorrerem em outubro, Pozzobom vai precisar ser hábil, inteligente e ágil na reposição das peças. Mesmo em ano eleitoral, o governo não pode parar, muito menos sofrer de letargia. Projetos e obras devem ser executados no menor prazo possível. A parte administrativa necessita correr com eficiência contra o tempo, sem perder de vista a questão política, tão ou mais importante no momento.

O estilingue, no Brasil, é conhecido também como baladeira, baleadeira, baleeira, beca, badogue, badoque, bodoque, funda, peteca, seta ou setra. Originalmente, é montado usando-se uma forquilha de madeira - um galho bifurcado em "Y", com a parte de baixo usada como cabo. As extremidades simétricas se prendem às pontas de uma tira elástica. No centro dessa tira elástica, uma peça de couro chamada "malha" é afixada. Ela serve como contendor para o objeto ou munição que se deseja arremessar, geralmente pedregulhos ou pequenos frutos redondos. Muitas vidraças ainda são alvos de estilingues. Algumas quebram, outras resistem.

Será que teremos um Pozzobom enérgico e feroz ou paz e amor em 2020? Afinal, pedras serão atiradas e recebidas. Vamos aguardar a campanha eleitoral. Emoções à vista.

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