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Casserole novamente, para sempre

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De repente a surpresa da chamada telefônica de um velho Amigo! Amigo com maiúscula que, embora vivendo em São Paulo, acessa nosso Diário de Santa Maria para ler o que aqui quinzenalmente escrevo. Tinha nas mãos o que foi publicado na edição dos dias 25/26 de julho passado e me intimou a escrever outro texto, mais amplo, para ser publicado n'O Estado de São Paulo que, generosamente, de quando em quando edita escritos meus. Escrevi então, impetuosamente, outro artigo que foi publicado pelo Estadão na segunda folha da edição do dia 30 seguinte!

Uma expansão de saudade, afeto e ternura. De repente me dei conta de que bom mesmo é relembrarmos o todo, sobretudo quando alguns pedaços do passado são parcelas do presente! Restaurando o tempo - uso o verbo restaurar sorrindo! -, uma encantadora porção do tempo cá em minha memória é mesmo o restaurante La Casserole!

Relembrei momentos inesquecíveis que lá vivi, mas não referi aqui. Alguns quase ao lado de Di Cavalcanti e Procópio Ferreira e, de verdade, ao lado de meu amigo Ulysses Guimarães. E outros seres humanos maravilhosos hoje na mesma mesa que eu, especialmente os da APL, a nossa academia.

Alguns almoços por lá inesquecíveis. Um deles, com Eduardo Kugelmas - o Donda -, meu irmão de coração desde o início dos anos 50, já referi aqui. Conhecemo-nos em 1951, quinto ano do primário no então chamado Instituto Mackenzie. Depois disso, tudo. Mil momentos de amizade e fraternidade, ele na Faculdade de Filosofia da USP, na Maria Antônia. Episódios marcantes nos tempos duros e sofridos dos anos 60. Sua ida para o Chile, depois Paris e retorno ao Brasil.

Além dele, Paulo Bomfim, meu Amigo, a respeito de quem também tenho mil momentos a relembrar. Belos almoços em seu apartamento, um nosso encontro no pátio das velhas Arcadas no dia 25 de outubro de 2017, quando lá fixaram uma placa em sua homenagem. Cá está ele, ao nosso lado agora, superando o tempo. A dizer-nos, repito, que o que há em torno de nós é o Multiverso. Por isso o nosso encanto com o Largo do Arouche, as barracas de flores, e as flores renascerão para sempre a partir do Casserole.

Um dia, no futuro, estaremos todos juntos, reunidos, lá no céu. E de lá meu pai, o Donda, o Paulo Bomfim e eu um dia desceremos à Terra para almoçarmos no Casserole. Meu pai relembrando as flores que comprávamos para minha mãe na barraca em frente, o Paulo em dúvida a propósito de passarmos ligeiramente pela APL, unicamente para uma olhada. Nada prontamente decidimos, mas o Donda disse tudo: "Vamos mudar de assunto, apenas relembrar nosso derradeiro almoço aqui, Eros e eu, em 2006. O tempo não existe, mas nosso Casserole existirá para sempre!".

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