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Ambulatório não é hospital

A novela da abertura de leitos no Hospital Regional de Santa Maria continua. Apesar de todos os esforços do poder público - governos federal, estadual e municipal -, a situação ainda está aquém daquela desejada e merecida pela população da região centro do Estado, que necessita de mais leitos hospitalares para o tratamento de saúde.

É inadmissível que o assunto não avance de forma direta, objetiva e prática. Só com discursos e as ditas boas intenções, ainda vai levar tempo para o Hospital Regional funcionar com os seus leitos abertos. A saúde regional clama por unidades completas em pleno funcionamento. Ninguém aguenta mais ver as pessoas em macas e cadeiras de roda, por exemplo, nos corredores do Pronto-Socorro do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), que oferece o melhor atendimento possível pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É desumano ver pacientes e profissionais de saúde lutando pela vida em condições e espaços totalmente adversos, enquanto o Hospital Regional - construído com dinheiro público - segue com leitos fechados.

Com todo respeito ao poder público, ambulatório não é hospital. Ambulatório é o "local ou ambiente para atendimentos de problemas relacionados à saúde de pacientes que não precisam de internação, nem estar acamados." Já hospital é um "estabelecimento próprio para internação e tratamento de doentes ou de feridos." O hospital diagnostica, trata e hospeda o paciente.
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), "o hospital é um elemento organizador de caráter médico-social, cuja função consiste em assegurar assistência médica completa, curativa e preventiva a população, e cujos serviços externos se irradiam até a célula familiar considerada em seu meio; é um centro de medicina e de pesquisa biossocial."

O Ministério da Saúde coloca que "o hospital é parte integrante de uma organização médica e social, cuja função básica consiste em proporcionar à população assistência médica sanitária completa, tanto curativa como preventiva, sob quaisquer regime de atendimento, inclusive o domiciliar, cujos serviços externos irradiam até o âmbito familiar, constituindo-se, também, em centro de educação, capacitação de recursos humanos e de pesquisas em saúde, bem como de encaminhamento de pacientes, cabendo-lhe supervisionar e orientar os estabelecimentos de saúde a ele vinculados tecnicamente."

Quanto à natureza assistencial, o hospital pode ser geral - destinado a internar pacientes de várias especialidades - ou especializado - destinado a internar pacientes predominantemente de uma especialidade. Ressalto a palavra "internar".

Excelente a notícia que, na segunda quinzena de agosto, conforme prometido pela Secretaria Estadual da Saúde, um Ambulatório de Cardiologia vai ser aberto no Hospital Regional. Da mesma forma, vale ressaltar o ótimo trabalho já desenvolvido na unidade pela equipe do Ambulatório de Doenças Crônicas.

No entanto, a abertura de leitos de internação no Regional segue sem data definida. Esta falta de previsão incomoda a população regional, creio que também os governantes e as lideranças políticas. Nova eleição municipal ocorre em 2020 e o Hospital Regional não pode ser, mais uma vez, bandeira política daqueles que assumiram a sua abertura plena em pleitos passados. Promessas não cumpridas tiram votos e, por vezes, arranham credibilidades e até destroem reputações. Isso gera enorme desconforto em muita gente, principalmente na população que sofre com a falta de leitos nos hospitais da Região Centro.

Só com muita mobilização e pressão sobre o poder público, por parte das comunidades e dos entes da saúde envolvidos, os recursos necessários vão ser liberados para a tão sonhada e esperada abertura de leitos no Hospital Regional. A novela precisa ser encerrada já e, de preferência, com final feliz. Que Hipócrates nos ajude.

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