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Ainda haverá muitas mortes e desinformação proposital

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Por opção pessoal, havia decidido me afastar das notícias da Covid19 por estar cansado de repetições de tragédias diárias e sem perspectivas de soluções imediatas. Entretanto, não consegui cumprir minha escolha. Tantas foram as notícias de mortos, sempre e diariamente aumentando, somadas às divulgações de fake news absurdas e inacreditáveis só criadas por "aloprados", denominação apropriada de uma jornalista.

Foram veiculadas nas redes sociais pelo menos quatro dessas fake news que me chamaram a atenção por ridículas e mal intencionadas. Numa delas, foram mostradas dependências do Hospital Moinhos de Vento com a informação de que lá não havia Covid; estava tudo normal. Em outra, filmaram um pavilhão com várias camas já enferrujadas, com a informação de que naquele município não havia procura por hospitalizações; outra informava que duas pessoas haviam morrido depois de tomarem a vacina e a quarta informava que a solução era tratamento precoce. Para completar essa desinformação, um amigo meu, depois de eu lhe mostrar a gravidade da situação, indagou-me se eu conhecia alguém que fosse diagnosticado com Covid19. Informei-lhe alguns nomes conhecidos de Santa Maria. Pessoas conhecidas e de destaque em nossa comunidade, só como exemplo, porque ele não acredita que os hospitais estejam completamente lotados.

Algumas pessoas, e não são poucas, como esse meu amigo, continuam seguindo quem afirma que inexiste pandemia. Chegam a difundir a informação falsa de que ninguém morre de Covid. É apenas uma gripezinha. Dizem que os mortos por outras enfermidades são catalogados como vítimas de Covid para que os hospitais e o Estado recebam mais verbas federais. Para essas pessoas, recomenda-se a desalienação e atentarem para os números que nos chegam todos os dias.

A cada dia um novo recorde nos aproximando a 2.000 a cada 24 horas, ou 1,38 por segundo. Já morreram, no Brasil, 10% da soma dos mortos de 206 países do planeta. Já somos e epicentro da pandemia no mundo todo. Precisa mais? Muitos ainda morrerão porque não temos uma liderança nacional que assuma as rédeas da campanha vacinal; ao contrário, querem resolver com tratamento precoce, que ninguém sabe como é e ninguém, no mundo inteiro adota essa forma contrária à ciência.

Agora, surge outra ideia aloprada: spray nasal EXO-CD24, quando a solução é muito mais fácil: a vacina. Entretanto, não basta noticiar que serão contratadas e entregues centenas de milhares de vacinas até o final do ano. Não é disso que precisamos tratar. Temos que resolver a entrega imediata dessas vacinas, nas suas variadas versões. Ficar protelando, minimizando com desinformações e versões absurdas que só os fanáticos seguem e acreditam, não vai resolver, e muitos morrerão. Eu sei que são inúmeros e que têm o direito de dizer e pensar o que lhes melhor aprouver; entretanto, difundir mentiras e desinformações não contribui em nada para diminuir a dor e o sofrimento dos que já experimentaram essa sensação de impotência frente à doença. Talvez, quando essas pessoas enfrentarem o vírus instalado em alguém próximo, ou tenham de lacrar o caixão de um parente, e tomara que não aconteça, elas, pessoas que pensam assim, mudarão seu comportamento e passarão a pensar como a ciência e a lógica, assim como faz o planeta inteiro.

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