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A crise de energia elétrica

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Em reportagem com chamada de capa, a Zero Hora de segunda-feira, 6 de setembro, aborda a crise de geração de energia no RS. Em 91 anos, essa é a pior média histórica nos reservatórios de água que aciona as turbinas de nossas usinas hidroelétricas. Estamos operando com somente 30% de nossa capacidade de geração. Isso se deve a um regime de chuvas, excepcionalmente, escasso. É um alerta para que agilizemos a diversificação de nossa matriz energética. A utilização da energia solar através da captação por placas fotovoltaicas é uma das opções.

O sol não falha e podemos dispor dele os 365 dias do ano. Mesmo em dias nublados a geração ainda se dá. A energia eólica é outra opção de energia limpa, mas que depende dos ventos. A biomassa está, aos poucos, sendo utilizada. São Sepé é o exemplo. As usinas termoelétricas movidas a carvão ou óleo diesel são, atualmente, as opções que temos, mas, além de poluidoras são de custo elevado, o que encarece, e muito, o preço do quilowatt. No RS, temos jazidas de carvão fóssil que poderiam acionar muitas usinas, mas as questões ambientais estão na ordem do dia. Na América do Norte e na China, esse tipo de geração elétrica é predominante e tem sido motivo de cobranças internacionais pela despoluição do planeta.

No Brasil de 50 anos atrás, foi implementado um projeto de desenvolver a matriz nuclear. Das cinco usinas programadas foram construídas duas e a terceira está empacada! Existem projetos de se construírem mais quatro a oito usinas nucleares até o ano 2030, porém, as pressões internacionais em torno do controle do urânio e seus derivados dificultam essas realizações. O Brasil possui tecnologia própria para a purificação do urânio. Temos jazidas em quantidade suficiente para o nosso consumo interno. Inclusive, temos história de roubo no passado, quando navios estrangeiros levavam areias monazíticas como "lastro" para não voltarem vazios...

Com a imensidão de rios existentes no Brasil, é natural que a opção por hidroelétricas seja a mais utilizada, porém, até nisso temos cometido erros paradoxais. A Usina de Belo Monte, no Estado do Pará, é a quarta maior do mundo. Utilizando as águas do Rio Xingu, teve um custo de R$ 40 bilhões. Tem 18 turbinas principais e mais seis secundárias. Em pleno funcionamento, pode produzir até 13% do consumo nacional, porém, sua bacia de captação e armazenamento de águas foi reduzida para 1/3 do projeto original, o que resulta que a capacidade máxima de geração somente seja alcançada nos períodos de cheia do rio.

Atualmente, 17 turbinas estão paradas. A única em funcionamento produz somente a metade do que poderia! A quarta maior usina do mundo só funciona a plena carga durante alguns meses do ano. Esse resultado desastroso é fruto de desentendimentos ambientais, questões de território indígena, pressões políticas nacionais e internacionais, ingerência de Ongs e questões ideológicas do tempo da dona Marina Silva. Tudo que deveria ser resolvido antes de finalizar o projeto, que deveria ser adequado às condições acordadas. Mas não aconteceu.

O projeto megalomaníaco foi elaborado e licitado no tempo das propinas institucionais. Quanto mais caro melhor! O meio ambiente e suas exigências de proteção ficaram para ser discutidos depois. Esse é o Brasil da crise energética. Talvez, ainda se possa resolver esse problema com a construção de bacias secundárias, capazes de armazenar águas suficientes para manter um fluxo mais contínuo e apto a movimentar o maior número de turbinas. Deus é brasileiro e vai ajudar.

Enquanto sofremos com o preço do quilowatt, outros países desfrutam de portos modernos, pontes fenomenais, metrôs eficientes, aeroportos internacionais e uma série de benefícios sociais que nos faltam. Até refinarias sucateadas foram "doadas" aos especuladores internacionais, com as respectivas propinas. Esse era o Brasil!

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