colunista do impresso

A amazônia e os desafios: preservar bem usufruindo

Maravilha da natureza, a Amazônia compreende a maior bacia hidrográfica do mundo (Rio Amazonas e seus 1,1 mil afluentes) e a floresta que ocupa a principal parte dos 7 milhões de quilômetros quadrados envolvendo áreas de Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Sessenta por cento da floresta está em território brasileiro. Nela se encontra boa parte das espécies de vida da terra, sendo 30 mil de plantas e em torno de 2,5 mil de árvores. É, portanto, um enorme patrimônio genético. Diversas populações indígenas habitam a região desde o período pré-colombiano e a partir da chegada dos europeus aconteceu processo de urbanização, infraestrutura e exploração de recursos que a modificou bastante.

A Amazônia tem papel importante sobre o clima e funções relevantes para a vida na terra. Não se pode desconhecer que é um patrimônio da humanidade, sem que isso represente renunciar à soberania que o Brasil tem sobre os sessenta por cento que se situam em território nacional.

Nas últimas décadas, acentuou-se o debate entre preservação e exploração convencional, ao mesmo tempo em que a região despertou apetites e interesses estrangeiros. O ritmo elevado de desmatamento preocupa dentro e fora do Brasil. Formas de ocupação predatória para a exploração agropecuária ou do enorme potencial mineral convivem com a busca de uso sustentável dos recursos que o bioma oferece.

Há preocupação em setores com o risco de se perder a soberania sobre a Amazônia. Citam a cobiça internacional, a atuação de organizações e missionários estrangeiros em áreas sem presença de instituições brasileiras, a rapina sobre recursos naturais (até o açaí é "marca patenteada" por outro país), a defesa de existirem estados nacionais indígenas.

O Brasil não afirmará sua soberania expulsando missionários e ONGs e os substituindo por mineradoras, madeireiras e outras empresas igualmente estrangeiras e cheias de apetite sobre os recursos amazônicos. Nem derrubando a floresta e criando consequências de desequilíbrio para nós e para a humanidade.

Precisamos ser capazes de preservar a bacia hidrográfica e a floresta, delas colhendo os benefícios e a riqueza que oferecem com ocupação racional e não predatória. Não é cortando árvores e introduzindo soja e gado que vamos usufruir da enorme riqueza amazônica. Ao contrário, é na floresta e nos rios que se encontra o potencial para o futuro de sua população e da humanidade, do qual, por enquanto, conhecemos e bem utilizamos apenas uma parte.

Algumas nações já se dispuseram a contribuir, inclusive financeiramente, para que o patrimônio natural da Amazônia seja bem usado. O Fundo, com participação de Noruega e Alemanha e gerido pelo BNDES brasileiro, é exemplo. Infelizmente, até isso estamos jogando fora no momento. Não é somente a cobiça estrangeira, mas também a vontade de setores brasileiros de arrasar a floresta milenar para efêmeras explorações agropecuárias ou minerais o que ameaça a Amazônia.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

O poeta Paulo Bomfim, meu amigo! Anterior

O poeta Paulo Bomfim, meu amigo!

Sejamos resistência Próximo

Sejamos resistência

Colunistas do Impresso