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VÍDEO: 6 meses depois do tratamento em Santa Maria, manauaras têm rotina retomada

Leonardo Catto

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Anselmo Cunha (Arquivo/Diário)

Enquanto o Amazonas enfrentava o colapso do sistema de saúde, 15 manauaras tiveram uma chance de tratamento em Santa Maria. Eles chegaram na cidade em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) em 2 de fevereiro, há seis meses. Hoje, todos já retornaram para casa. O colapso também atingiu o Rio Grande do Sul. E, mesmo que a pandemia ainda permeie o cotidiano, o pior momento foi superado.


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O pastor João de Souza Simões, 58 anos, chegou naquele voo. Passados 15 dias, ele embarcou de volta para Manaus. A bagagem não foi - e nem tinha como ser - a mesma que veio. Durante o tempo que ficou por aqui, ele esteve internado no Hospital Regional. No dia anterior ao retorno, a gratidão conseguia ser maior que a ansiedade. Seis meses depois da vinda, ela ainda é.

- Depois de seis meses que estivemos aí, eu e meus colegas, está sendo edificante, porque estou bem melhor. Me recupero bem, e minha rotina volta ao normal. A gente ficou um pouco abatido devido à Covid. Mas minha rotina é trabalho e tudo tem dado certo. Apesar da idade, Deus dá a força para gente. Tenho somente a agradecer - diz.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)

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Os pacientes não foram os únicos manauaras que cruzaram o país. Na época, por causa do contexto da pandemia, nenhum podia ter acompanhantes. Houve familiares que vieram por conta própria para tentar minimizar os 4.376 km que separam Manaus e Santa Maria.

A filha de João, Ana Karolina Almeida Simões, 27 anos, fez o trajeto sem conhecer nada sobre o Coração do Rio Grande. A única informação que ela tinha era que seu pai iria para o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). Foi por isso que ela reservou um quarto em uma pousada, no Bairro Camobi. Apenas quando chegou no Husm, Ana soube que o pai estava no Hospital Regional. Depois de atravessar o país de Norte a Sul, ela precisou cruzar Santa Maria de leste a oeste.

- Não foi uma fase fácil, mas Deus nos abençoou. Só quem passou por isso sabe. E hoje a gente retomou nossa rotina. Tentamos não permitir que ele faça muito esforço físico ainda. No próximo mês ele vai tomar a segunda dose - diz com otimismo, ainda que reconhecendo a necessidade de cuidados pós-Covid.

Enquanto Ana buscava ficar próxima do pai, a mãe dela, Suzenir Almeira Simões, 61 anos, também contraiu o coronavírus. Coube à irmã de Ana, Suelen Carolina Almeida Simões, 31, cuidar da família no Norte, enquanto Ana fazia o mesmo no Sul. Hoje, Suzenir não tem sequelas.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)
Ana passou quase duas semanas em Santa Maria e atualizava colegas de trabalho sobre a situação do pai

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MAIS TEMPO
Dos 15 pacientes que vieram, 12 tiveram alta em 15 dias. Foram 11 os que retornaram em 17 de fevereiro. A professora Angela Kinuko Kamezaki, 34 anos, ficou para "provar o churrasco gaúcho e conhecer municípios da região com o marido" e voltou.

Sem escolha, os outros três precisaram de mais tempo internados. Onélia Pantoja de Farias, 67 anos, teve alta em 1º de março. Jaqueline Araújo Maciel, 48, foi a penúltima, em 12 de abril.

Quem mais ficou foi Valdenora Costa Brito, 58. A partir de 1º de maio, ela poderia ter alta. Porém, a amazonense precisava de uma cadeira de rodas para voltar. O Diário contou a necessidade na época. 10 dias depois, uma doação permitiu que Valdenora viajasse de volta ao Norte.

Atualmente, segundo boletim epidemiológico da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, a média móvel de casos confirmados é 79% menor que o registrado em 10 de fevereiro em todo estado (de 2.459 para 496). Já a média diária de internações em UTI de pacientes com Covid-19 foi de 187,9 para 18,7, queda de 90%.

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