Estudo mostra que 75% dos adultos brasileiros terão sobrepeso ou obesidade até 2044

Estudo mostra que 75% dos adultos brasileiros terão sobrepeso ou obesidade até 2044

Foto: Canva (Reprodução)

Em 20 anos, 48% dos adultos brasileiros maiores de 18 anos viverão com obesidade e outros 27% com sobrepeso no Brasil. Isso significa que, caso as tendências atuais sejam mantidas, mais de 130 milhões de pessoas deverão estar acima do peso em 2044. Isso equivale a 75% da população. Os dados foram apresentados no Congresso Internacional sobre Obesidade (ICO) 2024, realizado em São Paulo. Para os especialistas, políticas de prevenção são mais do que necessárias para que as estimativas fiquem apenas no papel.

Pesquisadores apontam que é fundamental tratar os casos existentes de obesidade e evitar que os casos de sobrepeso transitem para a obesidade. Pensando na prevenção do sobrepeso e da obesidade, é importante trabalhar em todas as faixas etárias, desde a primeira infância até a fase adulta, melhorando os ambientes alimentares por meio de políticas regulatórias e fiscais que facilitem escolhas alimentares saudáveis, como consumir uma diversidade de alimentos frescos e minimamente processados e, ao mesmo tempo, evitar escolhas não saudáveis, como alimentos ultraprocessados.

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​O evento, organizado pela Federação Mundial de Obesidade, é considerado um dos principais congressos sobre o tema no mundo, teve início na quarta (26), em São Paulo, e segue até esta sexta-feira (28). O estudo foi realizado por Eduardo Nilson, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), junto de outros colegas.

Para alcançar os resultados, foi usado um modelo de tabela de vida para estimar os impactos do sobrepeso e da obesidade sobre as 11 doenças ligadas ao Índice de Massa Corporal (IMC). 

Os dados mostram que o número total de casos de sobrepeso e obesidade entre adultos brasileiros aumentará de 57%, em 2023, para 75%, em 2024.

Doença ligada a questões genéticas, sociais e culturais

No Brasil, a obesidade quase dobrou de 2006 a 2019, atingindo 20,3% da população adulta. Segundo Bruno Halpern, presidente da Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), é preciso focar em políticas de prevenção e fugir do discurso "conveniente" de que a obesidade é uma questão de hábitos e escolhas. Afinal, a obesidade é uma doença diretamente ligada a fatores culturais, econômicos, genéticos e sociais.

Até 2030, estima-se que mais de 68% dos adultos tenham sobrepeso e obesidade. Os grupos mais afetados serão os de mulheres, negros e outras etnias minoritárias. A estimativa de obesidade para mulheres nesse mesmo período é de 30,2% e sobrepeso de 37,7%. Já para os homens, é de 28,8% e sobrepeso de 39,7%.

Entre brancos, a obesidade em 2030 será de 27,6% e sobrepeso de 38,8%. Já para negros e outras etnias não brancas somadas é de 31,1% para obesidade e 38,2% para sobrepeso.

Além disso, a pesquisa também mostra questões relacionadas à escolaridade. Para quem conta com alto nível educacional, a estimativa para obesidade é de 26,2%. Já para pessoas com baixo nível educacional, o número aumenta para 35,4%. 

— Se não unificarmos esforços, com governo e sociedade civil, estaremos, ano após ano, congresso após congresso, apenas divulgando novos dados assustadores. Felizmente, a América Latina está na vanguarda dessa discussão e podemos aprender muito com as experiências de outros países da região — reforça Halpern.


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