Renan Mattos (Diário)
O latrocínio de Nicoli Vieira Rodrigues, 30 anos, reacende uma questão: uma Central de Regulação do Samu em Santa Maria agilizaria o tempo de resposta ao atendimento às vítimas?
- Existem protocolos. Independentemente da central ser aqui ou em Porto Alegre, o protocolo vai ser o mesmo, as perguntas serão as mesmas. Isso não vai mudar. Já foi feito um projeto de viabilidade de implantação de uma central na cidade e entregue ao prefeito, com as configurações física, humana e financeira que seriam necessárias - salienta Nilvo, coordenador do Samu.
De acordo com o documento, a implementação de uma central em Santa Maria significaria um investimento de R$ 230 mil mensais, considerando a equipe necessária para o plantão 24h.
Samu diz que entre ligação e atendimento à vítima de latrocínio foram 7 minutos
- Nosso problema é exclusivamente orçamentário. Para colocar uma central em Santa Maria, o Estado tem que passar o valor complementar. E o governo estadual já nos deve mais de R$ 12 milhões em repasses atrasados na saúde. Não tem como a gente suportar isso sozinho. Se o Estado não tiver condições, vamos ter que avaliar a possibilidade de uma central municipal - comenta o prefeito Jorge Pozzobom.
Conforme a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), de 2014 a julho de 2018, o governo do Estado deixou de repassar ao Samu estadual R$ 60.439.000,00.
ORIENTAÇÃO É NÃO MOVER VÍTIMAS DE EMERGÊNCIA
Se você não é um profissional de resgate ou da saúde, a orientação é não movimentar a vítima nem tirá-la do local, seja em um acidente ou em alguma situação de emergência ou urgência.
- Se a pessoa não tem conhecimento técnico nenhum e não é da área, não deve mexer, não é indicado. O próprio médico regulador do Samu, se for o caso, vai passar as orientações do que fazer por telefone, até a chegada de uma equipe. Ninguém vai dizer para colocar no carro e deslocar para um hospital, por exemplo. As perguntas do questionário são para ajudar no serviço, para ter uma noção do que pode estar acontecendo e como proceder - relata Thiago Palhares Severo, responsável técnico da enfermagem do Samu em Santa Maria.
Samu afirma que atendimento de servidora da UFSM seguiu padrões
Consultado pelo Diário, Fernando de Oliveira Souza, que é médico da Unimed e professor aposentado da área de cirurgia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), também dá a mesma indicação:
- Ter uma central (do Samu) aqui é importante, mas não é vital. O importante é atender às demandas, ter uma dinâmica inteligente. Não se deve mexer nem remover ninguém, pois pode piorar a situação. Deixa a pessoa imóvel e espera pelo socorro. A triagem do questionário precisa ser feita e deve ser mantida.
A mesma orientação é dada pela Brigada Militar.
EM 2018
Atendimentos feitos pelo Samu em Santa Maria:
- Janeiro - 662
- Fevereiro - 613
- Março - 665
- Abril - 632
- Maio - 638
- Junho - 599
- Julho - 634
- Agosto - 554
- TOTAL - 4.997 atendimentos, com uma média de 20 atendimentos diários de janeiro a abril, e média de 21 atendimentos de maio a agosto
NÚMERO DO SAMU
- 192
*Fonte: Samu Santa Maria