Foto: João Alves (divulgação)
O índice de 2,95% oferecido pela prefeitura de Santa Maria para os servidores e professores do município não agradou nenhum um pouco os representantes das duas categorias, que avaliarão a proposta em assembleias marcadas para hoje. O Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (Sinprosm) marcou sua avaliação para as 17h, na AABB, e o Sindicato dos Municipários convocou seus filiados para as 17h30min, na sua sede (Avenida Hélvio Basso, 30). O projeto de lei, que será enviado à Câmara de Vereadores até esta quinta-feira, não reajusta o vale-alimentação, que permanecerá no valor de R$ 301 para as duas categorias.
A proposta de 2,95%, que corresponde à reposição da inflação do período (março de 2017 a março de 2018) medida pelo IPCA (índice que mede a inflação pelos preços dos produtos ao consumidor) foi apresentada ontem pelo Executivo durante reunião com representantes de municipários e professores.
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Após mais de duas horas de negociação, não houve avanços em relação ao que pediam os sindicatos. O índice ficou bem abaixo do oferecido no ano passado, que foi de 6,29%.
O Sinprosm reivindica 15,5% de defasagem salarial e saiu frustrado. O percentual de 2,95%, segundo Martha Najar, uma das coordenadoras do sindicato, significará um acréscimo de menos de R$ 32 ao menor salário pago no âmbito do magistério público local.
- Acreditamos que a categoria não vai aceitar. Esse índice, nem de longe, contempla nossas expectativas - diz Martha, que prevê uma "grande mobilização da categoria", mas descarta uma greve.
Para o presidente do Sindicato dos Municipários, Renato Costa, a proposta também está longe do que a categoria reivindica, no caso a reposição da defasagem salarial, que seria de 30%. Além disso, os municipários pedem que o auxílio para alimentação passe dos atuais R$ 301 para R$ 600, que é o que a Câmara paga hoje a seus servidores.
- Não posso dizer o que vai acontecer. A categoria é que vai decidir se aceita ou não - ressalta Costa.
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O chefe da Casa Civil, Guilherme Cortez, alega que a prefeitura não tem como dar um reajuste maior.
- A gente vive uma dificuldade financeira que não é só de Santa Maria, é de . E mesmo com essa dificuldade estamos garantindo um reajuste maior do que o do nosso orçamento - afirma Cortez.
MUNICIPÁRIOS
- O Sindicato dos Municipários reivindica a reposição da defasagem salarial, que seria de 30%, mais um aumento no vale alimentação, que hoje é de R$ 301 e passaria para R$ 600 (valor pago hoje aos servidores da Câmara de Vereadores)dfsadfsdfasdfasdf
- Com os 2,95% oferecidos pela prefeitura, o menor salário pago ao funcionalismo, que é de R$ 534, teria um acréscimo de cerca de R$ 15
PROFESSORES
- O Sindicato dos Professores Municipais reivindica, além de reajuste no vale alimentação, uma reposição de 15,5% nos salários, índice que cobriria a defasagem salarial alegada pela categoria
- Com os 2,95% oferecidos pela prefeitura, o menor salário pago a um professor municipal, que hoje é de R$ 1.062, teria um acréscimo de R$ 31
O QUE DIZ A PREFEITURA
- Mesmo com as dificuldades financeiras, o índice proposto é superior ao aplicado no orçamento deste ano, que é de R$ 700 milhões, em relação ao do ano passado, que foi de R$ 690 milhões
- A contratação de novos servidores, entre eles 217 professores e 77 profissionais da área de saúde, causaram impacto na folha de pagamento
- A aplicação do índice de 2,95%, retroativo a março deste ano, terá um impacto de R$ 7.085 milhões na folha de pagamento até dezembro deste ano, incluindo o 13º salário, conforme cálculos da Secretaria de Finanças
- Só com a folha dos professores, incluindo a contratação, o impacto na folha é de R$ 14 milhões
QUEM VAI RECEBER
- A reposição será aplicada nos salários de R$ 5,5 mil servidores, sendo 3,5 mil da ativa e 1.9 mil aposentados
- O vale-alimentação, que é de R$ 301, não será reajustado (os aposentados não recebem o benefício). Mesmo assim, o assunto será discutido posteriormente