Série Eleições 2014

Educação pede mais atenção ao futuro governador

Manuela Vasconcellos

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Não é de hoje que a falta de incentivos à carreira de professor dos Ensino Básico está no topo da lista de reclamações da classe. O problema extrapola os limites da sala de aula e impacta fortemente na qualidade do ensino. O Diário dá continuidade a uma série de reportagens que vai mostrar os problemas que Santa Maria espera ver resolvidos pelo governador escolhido nas próximas eleições.

Entre as principais reclamações da categoria no Estado estão: não cumprimento da lei do piso salarial do magistério e da lei que destina um terço da atividade semanal para a preparação de trabalhos e reuniões pedagógicas, defasagens na formação continuada e na modernização do ensino e mais autonomia.

Além disso, a doutora em educação e professora do departamento de Administração Escolar da UFSM  Rosane Carneiro Sarturi, afirma que para haver qualidade e valorização do setor é preciso maior participação de todos os envolvidos no ambiente escolar:

_ O desafio maior tem sido colocar em prática a implementação da reforma do ensino. Não é só o diretor que tem de atuar. Tem de haver participação de um conselho escolar, dos demais professores, funcionários, alunos e familiares.

Baixo desempenho

Problemas na formação e na capacitação dos docentes estão entre as principais razões para o baixo desempenho de estudantes em avaliações nacionais e internacionais. Mesmo sendo a 6ª economia do mundo, o Brasil ainda está no 88º lugar no ranking mundial da educação, segundo a Unesco. Dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) apontam que das quatro avaliações feitas até agora, a última divulgada na sexta-feira, só em 2007 e 2013 é que Santa Maria ultrapassou a meta. A cidade tem o pior desempenho entre as cinco  maiores da região central.

Para a doutora em educação pela UFRGS Dóris Bolzan, são necessárias políticas institucionais de formação que abordem as necessidades do dia a dia dos professores. Segundo ela, hoje, as atividades são sazonais e, depois, o professor ainda tem de recuperar a aula com os alunos.

_ O modo como essa formação é feita é que é o grande problema. A escola precisaria de um tempo de formação que não é datado, mas, sim, permanente, por meio de assessoramento pedagógico, com planejamentos e avaliações do seu cotidiano, para ter condições de enfrentamento da sua realidade.



Dinheiro à vista

Com a sanção do Plano Nacional de Educação (PNE), em junho deste ano, o Estado, que hoje aplica 2,28% do PIB em educação, deverá quadruplicar esse percentual até o final desta década. Isso percentual para todo o país. Até 2020, o ensino brasileiro deve receber investimentos de 10% do Produto Interno Bruto (PIB). O PNE também assegura o repasse de 75% dos royalties de petróleo e 50% do excedente em óleo do pré-sal, que deverão ser usados para financiar a educação. 

A normativa ainda prevê que todos os planos estaduais e municipais de educação devem ser criados ou adaptados em consonância com um conjunto de 20 objetivos que regem desde a educação infantil até a alfabetização de adultos.

Para o Cpers/Sindicato, a cobrança vai bem além do que ver esses repasses nas contas bancárias das escolas. É preciso abrir discussão para saber onde serão investidos os novos valores.

_ Sabemos que a questão financeira pesa no fazer pedagógico. Os recursos chegam nas escolas, mas é preciso cobrar preparação do próprio Estado _ explica a presidente do Cpers/Sindicato, Helenir Aguiar Oliveira.

Profissão pouco atrativa

A baixa remuneração dos professores é uma das principais justificativas para a pouca atratividade na carreira. Pesquisa da Fundação Victor Civita aponta que apenas 2% dos estudantes querem seguir no magistério. Nos últimos anos, o Estado apresentou evolução na remuneração d"

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