VÍDEO: obras da Travessia Urbana completam seis anos com atrasos e 88% de conclusão

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Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Trecho de obra no Trevo da Uglione

A Travessia Urbana de Santa Maria está de aniversário. Na última quarta-feira, completaram-se 6 anos desde o começo da obra, em 2014. Com prazo inicial de conclusão para 2017, as obras se arrastam com um atraso de mais de três anos. Conforme o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), não há como, por conta da pandemia, prever uma data para entrega total do empreendimento, apesar de confirmar que isso deva acontecer ainda em 2021. O orçamento inicial, de R$ 309 milhões, deve ser mantido, mas reajustado com a inflação do período. Em seis anos, já foram investidos R$ 271,4 milhões na obra, que está 88% concluída.

Na última quarta-feira, a reportagem do Diário percorreu os 14,5 quilômetros nas BRs 158 e 287 entre o Trevo do Castelinho e a ponte do Arroio Taquara, na saída para São Pedro do Sul, e conferiu os principais trechos da duplicação. Todo o trajeto foi coberto em 14 minutos, com o trânsito leve do meio da manhã.

A principal obra de toda a Travessia, o popular Viaduto da Uglione, um dos principais entroncamentos rodoviários do interior do Estado, é o ponto com mais trabalhadores e foco das obras neste momento. Só ali, serão investidos, no total, R$ 50,6 milhões. Um dos viadutos foi liberado para trânsito em julho, possibilitando a travessia direta em pista simples no sentido Itaara- São Pedro do Sul e vice-versa. O outro viaduto será liberado apenas no ano que vem. De acordo com o Dnit, falta uma etapa de içamento de vigas, pavimentação e sinalização. Segue ainda o trabalho de escavação da trincheira que vai permitir fluxo sem interrupção no sentido Júlio de Castilhos - São Sepé e vice-versa. Serão 780 metros de pista subterrânea. Na parte mais profunda da trincheira, a pista ficará 5,5 metros abaixo do nível do solo. Toda a obra da Uglione está com 78% de execução.

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Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Esforço agora é para concluir segunda pista do viaduto da Uglione

O contraste é evidente com outra obra que, na prática, ainda não começou. Conforme o Dnit, a passagem inferior da Urlândia está 4% concluída - é o trecho mais atrasado entre as maiores obras da Travessia. A obra pretende facilitar e tornar mais seguro o acesso ao bairro da Região Sul e acabar com a lentidão do trânsito nesse trecho da rodovia em horários de pico.

As obras estão entravadas pois ainda, segundo o Dnit, é preciso realocar quatro famílias que vivem na área atingida pelo empreendimento. Já foi realizada audiência e há acordo para realocação. Serão investidos R$ 1,3 milhão no trecho. Próximo dali, entre o Shopping Praça Nova e o viaduto na saída para Rosário do Sul - que tem apenas uma das pistas liberadas - está a ponte antiga sobre o Arroio Cadena, que foi demolida e está em fase final de reconstrução. A outra ponte, nas pistas novas, já está pronta. A previsão do Dnit é que as quatro pistas sejam liberadas em fevereiro de 2021 nesse local, com investimento de R$ 4,3 milhões.

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Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Na prática, obras na passagem inferior da Urlândia não começaram

COM PANDEMIA, SERVIÇOS SEGUEM A PASSOS LENTOS

Outra obra importante e que causa dor de cabeça para a população é a Passagem Inferior da Rua Capitão Vasco Amaro da Cunha, no encontro entre os bairros Juscelino Kubitschek, São João e Parque Pinheiro Machado. Na quarta-feira pela manhã, não haviam trabalhadores nem máquinas no local, que representa riscos para pedestres. Um trilho de caminhada, por onde passam pessoas que atravessam do bairro Pinheiro Machado para o Juscelino Kubitschek,  formou-se em um estreito trecho entre a beirada do buraco da escavação e o pátio de uma residência. Todo o buraco está isolado por uma cerca.

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Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Passagem inferior da Vasco da Cunha tem prazo de conclusão para abril de 2021

O trânsito da rodovia está  sendo desviado pela lateral da obra. A estrutura principal da passagem está concluída, porém, resta concluir escavações, aterramento e ajustes finais. Conforme o Dnit, a ideia é liberar a passagem em abril de 2021. Atualmente, a obra está 70% concluída, com um investimento de R$ 3 milhões. Foram apenas 2% de avanço em relação a maio.

Outra frente de trabalho localizada pela reportagem foi no Viaduto da Santa Marta. Nesse ponto, alguns trabalhadores atuavam no início do preenchimento da rampa de acesso ao viaduto.

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A obra está 70% concluída, mesmo percentual de, pelo menos, dezembro de 2019. No local, passava, a pé, o auxiliar de estoque Anderson Luis da Costa, 36 anos. Ele mora no Parque Pinheiro Machado, próximo da obra. Com a retomada do trabalho, ele mostra esperança na conclusão.

- O trânsito fica ruim e, para o pessoal mais idoso, é perigoso de atravessar. Espero que fique melhor, quando estiver pronto. Os caminhões e veículos pesados vão passar por cima. Também espero que tenha uma passagem para pedestres - conta.

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Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Viaduto da Santa Marta está na fase de preenchimento da rampa

São duas as passarelas previstas nas proximidades. Uma, no Bairro São João, tem erguida a estrutura de umas rampas, com um investimento total de R$ 1,1 milhão. A outra, nas proximidades da CVI, está praticamente pronta, com 97% de execução. Esta deve ser a única das obras restantes que será entregue ainda em 2020, no valor total de R$ 1,7 milhão.

Também de acordo com o Dnit, antes da liberação definitiva, a Travessia Urbana deve receber uma nova camada de asfalto e sinalização definitiva. O trecho entre o viaduto do Castelinho e o trevo de acesso ao Bairro Pinheiro Machado receberá iluminação e passeio público em toda a parte urbanizado.

* Colaborou Felipe Backes