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VÍDEO+FOTOS: mãe e filho se reencontram depois de 60 anos separados

Michelli Taborda

Fotos: Pedro Piegas (Diário)
Reencontro aconteceu na tarde de sexta em Santa Maria

61 anos. Esse foi o tempo que a aposentada Margarida Pereira dos Santos esperou para ver novamente o filho primogênito, Everton Klagenberg Benitez. O reencontro de mãe e filho aconteceu na tarde de sexta-feira e foi marcado por muita emoção entre os dois e os demais irmãos. Separada do filho quando ele tinha apenas 4 meses de vida, Margarida nunca perdeu a esperança de reencontrar seu filho. Por outro lado, Everton descobriu que era adotado depois dos 40 anos de idade. E, assim como sua mãe, não desistiu de encontrar sua família biológica mesmo após anos de busca. 

Margarida conta que teve o filho aos 16 anos, em Guaporé, onde morava com o então marido. Por ser muito jovem, a família do rapaz a convenceu a deixar o bebê sob os cuidados de uma prima. 

- Eles me convenceram e eu não tive como lutar sozinha. Deixei ele lá, com quatro meses de vida, mas o combinado era que eu poderia visitá-lo. Isso nunca aconteceu. Eu tentei ver meu filho, e não permitiram. Escondiam ele de mim e eu não pude mais visitá-lo. Depois, fui perdendo o contato com essa parte da família e acabou que nunca mais vi o meu filho - explica a mãe.

Anos mais tarde, quando já residia em Porto Alegre e separada do pai de Everton, Margarida conheceu aquele que seria o pai dos seus outros cinco filhos. Na Capital, ela deu à luz a Nelson, Neila, Nilton e Márcio. Como o marido era de Santa Maria, a família se mudou para o Coração do Rio Grande, onde nasceu o caçula, Lécio. Ao longo de mais de seis décadas, os irmãos ouviram a mãe falar do desejo de reencontrar o filho mais velho. Assim, a busca por Everton teve início. 


ANOS DE BUSCA
Nelson descobriu, por meio de um primo, que possivelmente o irmão morava no litoral do Estado. Em uma visita a Torres, no Litoral Norte, ele descreve que "vasculhou a cidade" em busca do irmão. Chegou a fazer anúncios em rádios da Capital, mas sem sucesso. Entretanto, a esperança de dar um sossego à mãe, que sempre sofreu muito com a saudade do primogênito, nunca morreu. 

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- A gente sempre soube que tinha esse outro irmão, e sabíamos que ela queria muito vê-lo. Um dia, eu estava deitado aqui no sofá e falei para minha esposa 'chega, eu vou achar esse meu irmão' e comecei a saga. Eu sentia que uma hora ele ia aparecer, que a gente ia se reencontrar. Era o sonho da minha mãe e passou a ser o nosso também - comenta Nelson. 

O PRIMEIRO CONTATO
Everton, que também buscava notícias e contato de sua família biológica, contou com apoio da mulher na incansável pesquisa por seus familiares. A busca da família Santos só cessou na última quarta-feira, quando Fernanda, mulher de Everton, ligou para a família que reside em Santa Maria. Foi dessa forma que os irmãos descobriram que o desejo do reencontro era recíproco e já durava 20 anos. Mãe e filho falaram ao telefone por um bom tempo, mas não o suficiente para matar a saudade que os dois sentiam.

Com o destino definido - Santa Maria -, Everton e Fernanda pegaram a estrada, vindos de São João do Sul (SC), para um dos abraços mais apertados e cheio de amor que receberiam: o de Margarida.

- Quando eu tinha 42 anos, descobri que era filho adotivo dos meus pais, mas eles nunca quiseram me contar quem era minha mãe. Por um tempo, até pensei em desistir da procura, porque já havíamos tentado de todas as formas possíveis e não conseguíamos encontrá-la. Foi a determinação da Fernanda em não desistir que me deu forças de continuar essa busca. E hoje eu estou aqui, até parece uma novela - brincou o filho.

Depois de abraçar e beijar o filho, Margarida era só sorrisos. Rodeada dos demais filhos e noras, ela recebeu presentes e se emocionou com a semelhança encontrada nas feições dela e de Everton. Para comemorar o fim de um ciclo de sofrimentos e o início de uma nova história, recheada de alegrias, a família já havia preparado o cardápio: churrasco.

- Eu sempre orava muito a Deus e dizia 'não quero morrer sem ver esse filho'. Pedia para que Deus me ajudasse a encontrá-lo. Agora, é só alegria - comemorou.

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