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Foto: Pedro Piegas (Diário)
Lotes foram feitos e ocupantes começaram a erguer barracas, lonas e casas
Desde a última sexta-feira, cerca de 80 famílias ocupam uma área aberta no Bairro Urlândia, ao lado do campo do time de futebol amador Charrua, na Rua Alfredo Viana. O grupo alega que o local estava desocupado e que o dono não teria o registro da propriedade, que ocupa o espaço de uma antiga olaria.
De acordo com um dos líderes do movimento, Claudiomiro Mello, conhecido por Lascão, as famílias presentes no local são, em sua maioria, de localidades próximas e que sofrem constantemente com as enchentes do Arroio Cadena. Ali, estariam buscando melhores condições de moradia e o fim do pagamento de aluguéis. Desde sexta-feira, estão sendo organizados lotes numerados, com dimensões de 12 metros por oito metros, e as moradias são formadas por lonas e barracas. Entretanto, algumas pessoas já trouxeram postes e tábuas de madeira para erguer casas, e a ideia é se estabelecer no local em definitivo.
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- O pessoal descobriu que estavam vendendo terrenos aqui com recibo de compra e venda. Então, se o dono vier com um documento que prove que a área é uma herança de família, sai todo mundo agora, pacificamente. Não são pessoas desocupadas aqui. A maioria trabalha, outros são desempregados, tem famílias, tem crianças - explica Mello.
O advogado Cristiano Urach, que representa o proprietário da área, Gilberto Adamy, que reivindica a área, explica que há um processo de usucapião em andamento desde 2013. A área e a antiga olaria estariam no nome dos antepassados de Adamy, mesmo que Gilberto tenha a posse do espaço há 36 anos. Conforme o advogado, a área não estava sendo utilizada pois seria dividida em terrenos de heranças para os sucessores, após a conclusão do processo de usucapião. Urach entrou com processo de reintegração de posse ainda hoje.
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- A gente sabe que é um movimento organizado, político, não é um movimento de pessoas que não tenham onde morar. Pode ser que tenham pessoas que não tenham condições, mas que estão sendo usadas. Tem veículos bons ali, do ano, é uma prática comum em Santa Maria, não é a primeira vez. O que aconteceu ali é que as pessoas botam a barraquinha, invadem, demarcam e ficam ali até uma ordem judicial. Se não tiver ordem judicial, eles entram com usucapião e tentam pegar para eles o terreno - comenta Urach.
As famílias não contam com ligação de luz elétrica e água encanada. Ao todo, foram demarcados 51 lotes. Algumas delas dividem o mesmo lote.
* Colaborou Felipe Backes