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Foto: Pedro Piegas (Diário)
Após um mês de manifestações e diálogos, bares e restaurantes receberam o público com música ao vivo no sábado. A movimentação só foi possível devido à decisão tomada pelo comitê técnico da Associação dos Municípios da Região Central (AM Centro) e as prefeituras na última sexta-feira. Entre as mudanças propostas pelo novo decreto, está a permissão de música (ao vivo ou mecânica) das 11h às 23h em estabelecimentos.
EM CASA
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Pelas redes sociais, casas noturnas de Santa Maria anunciaram as atrações da semana. Trabalhando com reservas, o Freguesia - som e bar é um dos estabelecimentos mais movimentados da Avenida Fernando Ferrari. Aberto das 18h30min à meia-noite de terça-feira a domingo, o espaço, que comporta até 250 pessoas, têm trabalhado com a metade da capacidade, conforme as normas.
Para o proprietário do Freguesia, Vinícius Torres, 36 anos, o retorno da música ao vivo aos bares sinaliza a chegada de tempos de tranquilidade para trabalhar:
- Nosso bar foi criado para ter música e os músicos fazem parte da família. Nós sofremos junto com eles. Porque, ver um amigo não poder exercer sua profissão é bem complicado. Hoje, eu acho que todos nós fizemos nossa parte, tanto o ramo de bares e restaurantes, quanto os músicos. Agora, que chegou a hora de conseguirmos trabalhar mais tranquilos e sossegados.
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De acordo com o novo decreto, segue sendo obrigatória a verificação da temperatura de pessoas na porta de bares e restaurantes. A entrada de clientes nos estabelecimentos será permitida até às 22h.
HORA DO SHOW
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Foto: Pedro Piegas (Diário)
No primeiro dia, as reservas para assistir ao show do cantor Arturzinho foram esgotadas. Filho e pai comemoram o retorno aos palcos
Na noite de sábado, o Freguesia - som e bar recebeu a dupla sertaneja João Vitor e Márcio no primeiro andar do estabelecimento e o cantor Arturzinho, no segundo. O artista de 26 anos, cujo nome é Artur Chaves Pinheiro, comentou sobre a carreira nos bares da cidade e a luta da categoria em Santa Maria. Depois de um tempo longe dos palcos noturnos, ele comemora a primeira noite com público e o esgotamento das reservas.
- Tem muitos músicos que vivem disso. Eu ainda tenho uma segunda profissão. Mas, só de conseguir ajudar a levarem o susto para casa, já fico muito feliz. Fora o pessoal dos bares que ficam dependentes da música para trazer público. Em nosso primeiro dia, estamos com sold out (termo referente a venda de bilheteria esgotada). Então, que as portas sigam abertas e consigamos trabalhar tranquilamente - afirma.
Com mais de 20 anos de carreira, o músico Roque Machado Pinheiro, 50 anos, acompanha o filho em seu retorno aos palcos. Para ela, a movimentação teria servido para demonstrar a importância de representantes da categoria à frente das decisões que os envolvem.
- Essa expectativa sempre foi grande. Eu acredito que esse retorno para nós (músicos) vai ser muito bom e esperamos que se firme, mesmo com a pandemia. Porque, na realidade, nunca deveríamos ter parado. Como a corda sempre arrebenta do lado mais fraco, onde, na verdade, não tem muita representatividade, estamos lutando para conseguir uma situação melhor para nós músicos - conclui Pinheiro, que também é acadêmico do curso de Direito da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
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O novo decreto informa que o volume da música ao vivo deve ser controlado durante os shows. O público deverá permanecer somente sentado, pois está proibido dançar ou ficar em pé em volta das mesas ou próximo do palco. Músicos que não cantam devem usar máscara durante todo o tempo de apresentação. Para os que cantam, é aconselhado o uso de proteção de acrílico, caso esteja a menos ou a três metros de distância do público.
ENTENDA O CASO
Devido o agravamento dos indicativos da pandemia no mês de maio, a AM Centro emitiu novas regras para os municípios, entre elas, a proibição de música ao vivo em bares e restaurantes. Com a repercussão nas redes sociais, alguns parlamentares receberem dois representantes de um grupo de músicos da cidade na Câmara dos Vereadores no dia 30 de maio.
Sem respostas satisfatórias e com receio de não trabalhar depois de um ano e meio sem atividades, mais de 30 músicos participaram de uma manifestação pacífica em frente à prefeitura municipal em 11 de junho. Em nota, a entidade reiterou que a proibição se tratava de uma medida do Plano de Ação Regional definida e aprovada pela AMCentro. E, portanto, contava com a compreensão dos setores artísticos e culturais de Santa Maria.
Em 25 de junho, um protesto na Praça Saldanha Marinho reuniu cerca de 50 músicos. Com carro de som, portando instrumentos e cartazes pela liberação da música ao vivo em bares e restaurantes, os manifestantes bloquearam o acesso à Rua do Acampamento pela Avenida Rio Branco. Com a retirada de alertas do sistema 3As em alguns municípios e a melhora dos índices na região, a pauta retornou para a reunião do comitê técnico da Associação dos Municípios da Região Central (AM Centro) com as prefeituras na última sexta-feira. A sessão, que terminou às 12h30min, resultou na atualização do Plano Regional de Distanciamento Controlado Modelo 3As, divulgado pela prefeitura de Santa Maria no mesmo dia. No qual, além de definir os horários de entrada e fechamento de bares e restaurantes, a AM Centro orienta sobre atividades físicas em academias, clubes e centros de treinamento, eventos com mais de um dia de duração, além de apresentar a cartilha de atividades campeiras do Movimento Tradicionalista Gaúcho para a realização de rodeios na região.