O vice-governador eleito do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza, do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), afirmou que o Regime de Recuperação Fiscal assinado no primeiro mandato de Eduardo Leite (PSDB) mantêm as contas do Estado em dia e possibilita investimentos. A fala ocorreu durante entrevista ao programa CDN Entrevista, da CDN 93.5 FM, nesta segunda-feira (7).
Ele, que é veterinário e tem 38 anos, aproveitou a oportunidade para agradecer aos 94.609 votos recebidos em Santa Maria pela chapa encabeçada pelo tucano Eduardo Leite. Gabriel Souza também falou sobre os planos do governo para os próximos quatro anos.
Sobre o plano de recuperação fiscal do Estado, que foi criticado pela maioria dos oponentes durante a corrida eleitoral, Souza disse que “é a possibilidade de o Estado voltar a pagar a dívida com a União, mantendo suas contas em ordem”. Para ele, com a volta do pagamento da dívida, os investimentos poderão ser retomados.
De acordo com o novo vice-governador, já em 2023 haverá o chamamento de novos Policiais Civis, Bombeiros e Policiais Militares. O aumento dos efetivos será realizado sempre dentro das condições fiscais do governo gaúcho, que possibilitem o pagamento em dia dos salários e condições.
Já sobre a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), sancionada pelo presidente Bolsonaro em junho e que deve causar um deficit de R$ 3,7 bi no orçamento do RS, Gabriel defendeu o diálogo com o presidente eleito Lula (PT) e com o Congresso como forma de encontrar soluções:
– Estamos convictos de que vamos ter o ressarcimento, a compensação das perdas de receitas que foram impostas pelo Congresso na queda da alíquota do combustível. Nós teremos diálogos com o governo federal eleito. O governador Eduardo leite, inclusive, irá a Brasília nesta quarta-feira (9). Pretendemos, junto com os outros estados brasileiros, recebermos as compensações dessas perdas de receitas que tivemos em virtude de leis federais. É o que está previsto em lei.
Privatizações
Fora do radar de passagem para a iniciativa privada, o Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A. (Banrisul) deve ser fortalecido como o banco público gaúcho e promotor do desenvolvimento. Essa foi uma promessa de campanha da chapa Leite-Souza e que, conforme o vice, será cumprida.
Para a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), entretanto, os planos são outros. A estatal deve ser privatizada no próximo governo. Gabriel Souza explica que a passagem para a iniciativa privada tem como justificativa exigências do Marco Regulatório do Saneamento, lei federal aprovada em 2020 e que forçaria a privatização de estatais de saneamento. Há expectativa de que a Corsan seja vendida ainda este ano, sob a gestão de Ranolfo Vieira Júnior, governador em exercício.
Tarefas
Para os próximos passos, passada essa eleição, Gabriel deve ajudar na transição de governo e, principalmente, no relacionamento entre os políticos do PSDB, MDB e outros partidos. Sobre a sua atuação a partir de janeiro, Gabriel disse que, até o momento, não há nada definido, mas que está aberto a trabalhar onde melhor for contribuir.
Futuro governador terá de saber investir com pouco dinheiro no caixa