Infraestrutura

Viaduto do Cerrito,cartão-postal de Santa Maria, será retirado para a duplicação da BR-158

Maurício Araujo

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Um cartão-postal de Santa Maria deve desaparecer até o início do ano que vem. O viaduto de ferro com piso de madeira que fica sobre a BR-158 vai ser removido pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para a duplicação da rodovia. O elevado que liga os bairros Nossa Senhora de Lourdes e Cerrito foi construído na década de 1960, pelo Departamento Autonomo de Estradas de Rodagem (Daer).

A retirada da estrutura faz parte das obras da Travessia Urbana de Santa Maria, em que serão duplicados 14,7 quilômetros da BR-287 e da BR-158, passando pelo trecho onde hoje está o viaduto de ferro.



Conforme o Dnit, o elevado será retirado entre dezembro deste ano e janeiro do ano que vem. O órgão afirma que ainda está verificando qual o melhor destino para a estrutura. Inicialmente, cogitou-se que ela seria doada à prefeitura de Santa Maria, entretanto, o Executivo ainda não foi comunicado das possíveis intenções do Dnit.

Seis meses depois da remoção, um novo viaduto será construído no local. Para não atrapalhar a rota dos motoristas que utilizam o trajeto, um acesso alternativo será providenciado.

O viaduto de ferro liga a Rua Padre Kentenich à Alameda Sibipiruna. A primeira, que fica no bairro Nossa Senhora de Lourdes, dá acesso à Avenida João Luiz Pozzobon, e a segunda, à BR-287, no bairro Cerrito. Quem trafega pelas ruas não gostou muito do projeto.

_ Moro no Cerrito e trabalho no Centro. Utilizo muito a ponte. Com a remoção, vou ter de pensar em uma alternativa. Sem contar que se perde um pouco da história da cidade _ reclama o comerciante Daniel da Luz.

Para ficar na memória

O local encanta quem passa pela BR-158. A estrutura proporciona belíssimos cenários a quem vai assistir o pôr do sol e contemplar a paisagem. Conhecida como ponte férrea do bairro Cerrito, a estrutura não é nem ponte, porque não fica sobre a água, e nem férrea, porque não é passagem de trem.


O casal Simone Fighera e Diego Michels fez, no viaduto, fotos para enlace. Os dois foram ao local acompanhados do filho, o pequeno Lorenzo

Mas é cenário de histórias de vida de gente como Simone Figheira, 41 anos, e Diego de Prá Michels, 35. Os noivos registraram, no viaduto, as fotos do casamento, há quatro anos. Na imagem, também está o filho do casal, Lorenzo Figheira Michels, 8 anos.

_ É uma estrutura que faz parte da história. Quem passa por ali certamente vai sentir falta _ lamenta Simone.

A história do viaduto acabou se perdendo. Em Santa Maria, poucos sabem sobre o seu passado. Conforme o padre palotino Carlos Amarante Machado, 80 anos, que trabalhava no Seminário Colégio Máximo Palotino, na época, e era funcionário do Daer, a estrutura foi construída entre 1961 e 1962. Na ocasião, os padres pressionaram o governador Leonel Brizola para que uma estrutura fosse colocada no local para dar acesso ao seminário.

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