Foto: Pedro Piegas (Diário)
A partir do valor apresentado no Conselho Municipal de Transportes (CMT) de possível reajuste da tarifa de ônibus para R$ 4,25, o Diário fez um levantamento dos preços nas 10 principais cidades do Estado para fazer um comparativo. Se o novo valor for aprovado, Santa Maria ficará entre as cinco cidades com a passagem mais cara do Rio Grande do Sul.
A lista abaixo apresenta o último reajuste no valor da passagem (em R$):
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Porto Alegre | 4,30 | 4,70 | Fevereiro/2019
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Canoas | 4,20 | 4,60 | Março/2019 |
Gravataí | 4,10 | 4,40 | Junho/2018
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Santa Cruz do Sul | 4 | 4,25 | Fevereiro/2019
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Caxias do Sul | 3,95 | 4,25 | Março/2019
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Santa Maria | 3,65 | 3,90* | Maio/2018
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Passo Fundo | 3,65 | 3,90 | Abril/2019
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Rio Grande | 3,70 | 3,85 | Fevereiro/2019
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Novo Hamburgo | 3,60 | 3,85 | Março/2019
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Pelotas | 3,35 | 3,70 | Novembro/2018 |
O CMT se reúne hoje, às 8h, na sede da ATU para debater o parecer sobre a planilha de custos, elaborado pelo relator, Renan Menezes. Mas a votação deve ser feita só na segunda-feira. Porém, o prefeito tem total autonomia para definir o valor da tarifa. A aprovação do valor depende de tramitações no Conselho Municipal de Transportes (CMT) e da sanção do prefeito Jorge Pozzobom.
Para o presidente da Associação dos Transportadores Urbanos (ATU), Luiz Fernando Maffini, é preciso comparar muito mais do que apenas o valor da passagem para entender os motivos dos reajustes. Ele diz que, entre as 10 cidades comparadas, Santa Maria é a com maior população estudantil, lembrando que alunos pagam meia-passagem (hoje equivalente a R$ 1,95).
- São muitos fatores que fazem parte do cálculo, e ter muitos estudantes é levado em consideração, já que eles pagam meia-passagem. A tarifa é a única receita que as empresas de ônibus têm para pagar salários dos funcionários e manter as operações - explica Maffini.
Além disso, ele salienta que Santa Maria utiliza o sistema integrado para o transporte público, enquanto em outras cidades, isso não existe. Assim, se um passageiro cadastrado para o benefício usar duas conduções para chegar ao trabalho, a segunda viagem é de graça aqui. O mesmo ocorre para um estudante, que já paga meia-passagem e tem registro da integração.
OUTROS IMPACTOS
Uma das representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFSM no CMT, Isadora Barrios, entende a questão das meias-passagens dos estudantes e das gratuidades influenciar no valor final da tarifa, porém, destaca que a Lei Orgânica Municipal pontua que "é necessário levar em consideração o poder aquisitivo da população no cálculo" e reforça que essa norma não é seguida na revisão da planilha.
- Fazer o cálculo do poder aquisitivo é complicado, mas não é impossível. Nós (do DCE) contatamos um economista que vai fazer o estudo, para termos uma ideia se a tarifa é condizente com o que a população pode pagar - diz Isadora.
Outro questionamento dela é sobre os itens da planilha (pneus, parafusos, etc.) serem avaliados com valor unitários, sendo que os empresários compram em grandes quantidades, o que modifica o valor por unidade na compra.