Suspeito de furtar 82 cartões do Auxílio Inclusivo afirma que não cometeu o crime

O ex-funcionário da secretaria de Desenvolvimento Social suspeito de furtar 82 cartões do Auxílio Municipal afirma que não cometeu o crime. A prefeitura planeja ingressar com ação civil para que ele pague o ressarcimento dos R$ 19 mil que foram gastos nos cartões furtados.

Crianças de 11 anos sem comorbidades são vacinadas em Santa Maria

A reportagem do Diário entrou em contato com o suspeito. Ele afirmou que não tem o que falar por "ser injustiçado" e "não ter nada a ver com isso". O ex-servidor ainda acusou a prefeitura de culpá-lo. A motivação, segundo ele, seria ele ter conhecimento sobre um suposto desvio de cestas básicas no município. 

Segundo a Polícia Civil, o suspeito confessou ter furtado em dois momentos. Primeiro, teria dito diretamente ao secretário João Chaves, titular da pasta do Desenvolvimento Social. Depois, ele falou em depoimento que teria furtado, mas apenas seis cartões.

Os furtos foram percebidos quando se deu falta de cartões que ainda seriam entregues. A fiscalização do auxílio notou que alguns haviam sido utilizados em estabelecimentos credenciados. A partir de câmeras de vigilância, o suspeito foi identificado. A polícia não juntou as imagens ao inquérito e, por isso, afirma que não há como divulgá-las. A reportagem também solicitou as imagens ao Executivo. O Diário também questionou sobre o fato das cestas básicas para a prefeitura, que preferiu não se manifestar.

Nesta sexta-feira, o secretário João Chaves e a controladora e auditora geral do município, Carolina Salbego Lisowski, foram à Câmara de Vereadores explicar detalhes do caso aos parlamentares. 

"É um fato lamentável, e temos tolerância zero nestes casos", diz prefeito Jorge Pozzobom
Ao enfrentar o primeiro caso de posse irregular de recursos públicos por parte de um Cargo em Comissão (CC), em cinco anos de governo, o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) afirma lamentar a situação, e coloca a prefeitura à disposição das instituições para investigar qualquer fato. Na quinta-feira, uma denúncia envolvendo um servidor veio à tona. Ele teria furtado 82 cartões do Auxílio Inclusivo Municipal, e dado um prejuízo de R$ 19 mil ao programa. O inquérito já foi concluído pela Polícia Civil e remetido ao Ministério Público.

- Fiquei muito triste e indignado com a situação. É um fato lamentável, e temos tolerância zero nestes casos. Não importa quem seja. Que sirva de exemplo - destacou Pozzobom.

Santa Maria confirma os primeiros três óbitos por Covid-19 de fevereiro

O tucano elogia a atuação da Controladoria Geral do município, que conseguiu intervir antes de que o prejuízo fosse maior. Os mecanismos e as ferramentas internas, afirma o chefe do Executivo, serão ampliadas e intensificadas, a fim de garantir que casos como esse não voltem a acontecer na administração municipal. 

- Estamos estudando dar continuidade no programa, verificando a viabilidade. Obviamente o controle já está maior - disse.

TEMPO
O furto dos cartões é investigado pela polícia há cerca de um mês. Segundo Pozzobom, nenhuma manifestação foi dada pela prefeitura neste período por orientação da Polícia Civil. O objetivo era garantir que nenhuma evidência da investigação corresse risco.

- No que a Controladoria Geral identificou, acionamos a polícia. Eu sempre prezo pela transparência, mas era um caso que precisava ser investigado, as pessoas necessitavam ser ouvidas. Assim que ele confessou e havia evidências comprobatórias, foi exonerado imediatamente. A prefeitura está à disposição para auxiliar o Ministério Público - afirmou.

O CASO
O inquérito conduzido pela 1ª Delegacia de Polícia de Santa Maria já foi fechado. O gasto indevido chegou a R$ 19 mil. Como cada cartão tinha um crédito de R$ 400 (dividido em duas parcelas de R$ 200), o saldo total seria de R$ 32,8 mil. O gasto indevido, porém, foi de R$ 19 mil. A diferença de R$ 13,8 mil foi bloqueada antes de ser utilizada. Uma sindicância foi aberta na prefeitura. O município também espera uma cópia do inquérito policial para tomar mais providências possíveis, como o ressarcimento.

O caso criminal foi encaminhado ao Ministério Público (MP). Além disso, a promotoria pode fazer uma investigação paralela a essa sobre possível caso de improbidade administrativa de quem supostamente furtou os cartões.