Nos últimos dias, informações sobre mortes por meningite em Santa Maria circulam pelas redes sociais e grupos de WhatsApp e têm gerado preocupação na comunidade de Santa Maria. A informação seria sobre duas mortes por meningite no Hospital de Caridade e que haveria um surto da doença na cidade.
O resultado: a procura pela vacina contra a meningite em três clínicas particulares da cidade aumentou desde a última segunda-feira, e há preocupação de que o estoque termine devido à grande demanda.
A 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (4ª CRS) não quis informar quantos casos estão sendo investigados atualmente, mas o enfermeiro do Setor de Epidemiologia do município, Márcio Difante, garante que não há motivo para pânico nem um surto na cidade.
– Temos casos suspeitos e descartados todas as semanas e todos os meses – afirma.
Conforme Difante, desde o começo deste ano, houve 29 casos notificados de meningite, em Santa Maria, sendo um deles causado pela bactéria meningocócica, a mais grave. A paciente foi tratada e teve alta. Os outros 28 casos foram confirmadas meningites de outro tipo (viral ou fúngica).
UMA MORTE
Procurada pelo Diário, a diretora-clínica do Hospital de Caridade, Jane Costa, disse, ontem que exames confirmaram a morte de uma paciente da unidade por meningite meningocócica do tipo C. Ela recomenda que a comunidade não acredite em boatos sobre surtos da doença.
– É absolutamente desnecessário. As pessoas precisam estar atentas porque o inverno é uma época que favorece a transmissão de doenças, e procurem o recurso médico assim que surgirem os sintomas. Não dá para ter febre e ficar em casa esperando passar – orienta.
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A DOENÇA E A TRANSMISSÃO
A médica infectologista Maria Clara Valadão explica que a meningite é uma inflamação das meninges, que são as membranas que envolvem o cérebro. A doença pode ser causada por vírus, fungo ou bactéria (o caso mais grave).
Em geral, a transmissão é de pessoa a pessoa, por meio das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e garganta, havendo necessidade de contato próximo (morar na mesma casa, compartilhar o mesmo dormitório, alojamento, sala de aula etc.) ou contato direto com as secreções respiratórias do paciente.
O tratamento depende da causa da doença. Em se tratando de meningite bacteriana, consiste em antibióticos associados a outros tipos de tratamento de suporte, como reposição de líquidos. A precocidade do tratamento e diagnóstico são fatores importantes para o prognóstico satisfatório das meningites.
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PREVENÇÃO
A chefe do núcleo de Vigilância Epidemiológica do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), Vergínia Rossato, lembra que a prevenção da doença passa por aspectos de higiene.
– A gente sempre alerta para que as pessoas lavem bem as mãos, cubram o rosto ao espirrar ou tossir para não propagar secreções – diz a enfermeira.
A vacina contra a meningite é outra forma de prevenir a doença. Ela está disponível na rede pública de saúde dentro do calendário vacinal. As duas primeiras doses são feitas entre 3 meses e 4 anos de idade e um reforço dos 12 aos 13 anos. O medicamento leva 14 dias para fazer efeito. Quem as toma, fica imunizado. Quem não foi ou não tem certeza que recebeu a vacina, pode procurar as clínicas particulares.
– Todas as pessoas estão suscetíveis. Por isso, eu recomendo a vacina – diz Maria Clara Valadão.
OS SINTOMAS
– Febre alta repentina
– Forte dor de cabeça
– Pescoço rígido
– Vômitos
– Náusea
– Confusão mental e dificuldade de concentração
– Convulsões
– Sonolência
– Dor muscular interna
– Falta de apetite
– Presença de manchas arroxeadas na pele
Fonte: Portal da Saúde