entrevista

Servidor aposentado da Rádio Universidade e tutor da mascote Gisele fala sobre lembranças de Santa Maria

Fotos: Arquivo Pessoal
Em família: o filho Pedro (a partir da esq.), a esposa Luiza, a filha Dandara (repórter do Diário) com a pet Meg no colo

Nascido em 18 de março de 1959, na cidade de Uruguaiana, na fronteira do Rio Grande do Sul, o funcionário público aposentado Otacílio José da Silva Neto, 59 anos, filho de Ivo Pedroso e Elda Aranguiz, morou por quase duas décadas em Santa Maria, onde prestou serviço à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Sonoplasta da Rádio Universidade AM, o aposentado também teve experiências nas emissoras de TV gaúchas, operando as câmeras das TVs Uruguaiana, Piratini e Gaúcha (atual RBS TV). Casado com Luiza Flores, 55, há mais de 30 anos, Otacílio é pai de Dandara, 28, e Pedro Flores Aranguiz, 24, e torcedor do Sport Club Internacional e do Club de Regatas Vasco da Gama.

Diário - De qual maneira os meios de comunicação integraram sua vida? 
Otacílio José da Silva Neto -
Trabalhava de auxiliar de marceneiro com meu cunhado, Olimar Castro, um profissional muito respeitado em Uruguaiana, e, através dele, conheci a televisão local, em 1977. Foi paixão à primeira vista. Inicialmente, fiquei responsável pela distribuição do Jornal Zero Hora, que vinha junto ao malote com a programação diária. Com o tempo, aprendi toda a linguagem dos bastidores, além de ser uma espécie de office boy. Em um sábado, durante um programa de entrevista ao vivo, fui chamado para ficar numa das câmeras, pois um dos profissionais estava doente. Tempos depois, me chamaram para integrar a equipe de cinegrafistas. Aprendi todas as funções possíveis, até chegar à mesa de controle mestre. 

Diário - E onde seguiu trabalhando? 
Otacílio - Em 1979, viajei para a capital gaúcha. Lá, trabalhei na TV Piratini e, depois, na TV Gaúcha, que hoje é a RBS TV. Fiquei em Porto Alegre até o final do ano de 1980, quando retornei para Uruguaiana, movido pela saudade dos amigos e familiares. Em maio de 1981, me convidaram para entrar na equipe da primeira rádio FM da fronteira oeste, a Pampeana FM. Até 1985, exerci a função de sonoplasta, operador de áudio, locutor e programador. A partir de outubro de 1985, trabalhei nas rádios O Dia AM, Jornal do Brasil AM, Del Rey FM e em
alguns estúdios de produção sonora. Aí, decidi por realizar um sonho e conhecer o Rio de Janeiro, a cidade maravilhosa. 

Diário - Por quanto tempo o senhor ficou no Rio de Janeiro? 
Otacílio - Trabalhei no Rio de 1987 até 1998. Lá, eu me tornei funcionário público e atuava na Rádio MEC. Meu grande orgulho foi ser colega de Ademir Marques de Menezes, o Queixada, um lendário atacante do Vasco da Gama. Na rádio, nos tornamos uma grande família. Mantemos contato até hoje. Mas os filhos estavam crescendo e a violência aumentando. Os filhos nos cobravam a convivência com os avós, tios e primos no Sul. 

Diário - Assim, vocês retornaram para o Sul?
Otacílio -
Sim, em janeiro de 1999, fui transferido para a Universidade Federal de Santa Maria, para a Rádio Universidade AM. Considero que, de agosto de 2007, até fevereiro de 2017, vivi um dos melhores e mais produtivos tempos na minha profissão. Além da rádio, atuei no Laboratório 21 da Facos (Departamento de Ciências da Comunicação da UFSM) com a professora Ada Cristina, que, à época, estava remontando o laboratório. Por 10 vezes, fui o funcionário homenageado das turmas de comunicação. Além de sonoplasta e locução, colaborei em atuações comerciais para as disciplinas de Publicidade e Propaganda. As turmas de Relações Públicas, Jornalismo e Produção Editorial também usavam o local. Narrei torneios de futsal e realizei filmagens pela minha passagem no campus. 

Diário - Quais outros projetos realizou na UFSM?
Otacílio -
Ajudei a criar o Núcleo de Futebol de Mesa, jogo de botão, o primeiro hall do Restaurante Universitário, a Casa do Estudante Universitário (CEU) provisória. Também morei na CEU por algum tempo e, lá, jogávamos futebol com os moradores da casa e com professores e alunos. Também atuava no projeto Amigos dos Animais, no Campus. Com o projeto, resgatei a Gisele, que está na família desde abril de 2010. Mas se tornou um ícone da UFSM por nos ajudar a resgatar outros animais. 

Foto: Arquivo Pessoal
Com a cadela Gisele, resgatada por ele no projeto Amigos dos Animais, recebendo o troféu futmesa


Diário - Depois de se aposentar, onde está morando? 
Otacílio - Resolvemos morar no Bairro Peró, em Cabo Frio, no Rio de Janeiro. A família não está completa aqui, Dandara resolveu por continuar em Santa Maria, mas quando pode, vem nos visitar. Nós também vamos vê-la, já que a saudade bate, né?! Viemos para cá em razão do clima, porque já sofri duas infecções pulmonares em Santa Maria. A cidade ficou marcada em minha mente e coração. Foram 18 anos convivendo com pessoas maravilhosas e um campus lindo, sempre agitado e fervilhando com tantas opções de conhecimento, esporte e cultura. 

Diário - Do que o senhor sente falta em Santa Maria?
Otacílio -
Tenho muita saudade dos amigos da rádio, do curso de Comunicação, dos vizinhos e das nossas prosas, dos quantos acadêmicos que conheci, do vai e vem do Restaurante Universitário (RU), das lagarteadas com bergamotas, das discussões por um ensino melhor, de qualidade e gratuito. Muitas boas lutas travadas nas Assembleias da Associação dos Servidores da UFSM (Assufsm) e posteriores passeatas e movimentos de greves. Tenho boas lembranças do Theatro Treze de Maio, do Calçadão Salvador Isaia, do Centro aos sábados pela manhã, do Parque Itaimbé, do Bairro Itararé e tantas outras memórias. Só não tenho saudade do inverno e a "tal" da umidade (risos).

Colaborou Natália Venturini

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