Serviço gratuito ajuda pacientes com problemas de locomoção

Desde o início do ano, o Centro Especializado em Reabilitação Física e Intelectual (CER II), integrado à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Santa Maria, está ajudando a reduzir a demanda reprimida de pessoas que estavam na fila de espera por um dispositivo de locomoção. E não apenas para a região de abrangência da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), mas também da 10ª, com sede em Bagé. Lá, os pacientes aguardavam cerca de dois anos por uma avaliação.

Mas, agora, o sofrimento da dona de casa de Alegrete Aline Ferreira, 32 anos, está próximo de ter um fim. O filho dela, Otávio Pereira, 9, tem paralisia cerebral e precisa de uma cadeira de rodas e de órtese (dispositivo que auxilia nos movimentos) para poder ter uma vida melhor. Na última sexta-feira, eles estiveram em Santa Maria para fazer a primeira avaliação. A expectativa é que, dentro de 90 dias, os dispositivos estejam prontos.

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– A Coordenadoria de Bagé nos encaminhou, pois estávamos na fila há uns dois anos. Agora, a vida do meu filho vai melhorar, ele vai poder voltar para a escola – contou Aline, que está ansiosa pela chegada dos equipamentos para o filho.

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A mãe também comemora o fato de que tanto o tratamento quanto os equipamentos são gratuitos. O atendimento é feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por meio de um convênio do CER II com o Ministério da Saúde.

PEDIDO DO ESTADO

O CER II passou a ajudar pacientes da rede básica de saúde da 10ª CRS, que abrange 11 municípios, há nove meses. Além disso, segue atendendo as 32 cidades da 4ª CRS. O fisioterapeuta e coordenador técnico do CER II, Guilherme Bordin, explica que o pedido foi feito pelo Estado para poder atender a demanda das regiões da Campanha e Fronteira Oeste. 

– As pessoas encaminhadas pela 10ª CRS vêm aqui somente para fazer a avaliação, eles não são inseridos no Programa de Reabilitação Física, até porque a proposta feita pelo Estado foi para que o Centro faça a entrega dos materiais. Logisticamente, fica difícil o paciente vir duas ou três vezes na semana para atendimento. Damos todo o suporte para que o paciente saia bem orientado para fazer o uso do equipamento na cidade em que mora.Já o serviço ofertado para os pacientes da 4ª CRS inclui a entrega dos dispositivos de locomoção conforme a orientação médica e, ainda, parte da reabilitação física, ou seja, as terapias em saúde como fonoaudiologia, terapia ocupacional, fisioterapia, psicologia e assistência social.  

Já o serviço ofertado para os pacientes da 4ª CRS inclui a entrega dos dispositivos de locomoção e, ainda, parte da reabilitação física, ou seja, as terapias em saúde como fonoaudiologia, terapia ocupacional, fisioterapia, psicologia e assistência social. 

ESTÍMULOS

Há cerca de um mês, a pequena Valentina Maciel Bueno, de 7 meses, está fazendo acompanhamento no CER II. Conforme a mãe, a cabeleireira Mitiane Maciel Cavalheiro, 28 anos, em uma consulta de rotina no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), o médico pediu que fossem feitos exames neurológicos, porque a menina não estava correspondendo aos estímulos motores. 

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Valentina foi diagnosticada com hipotonia, um atraso no desenvolvimento motor.

– Isso é normal acontecer com qualquer criança, não chega ser uma patologia. Muitas vezes acontece pela falta de estímulo dos pais em casa. No caso da Valentina, ela deveria ficar sentada sozinha, mas ainda não fica. Por isso, orientamos o que deve ser feito em casa. Mesmo sendo a segunda sessão, já notei maior firmeza nas perninhas – comenta a fisioterapeuta Janaína Costa.

Para o presidente da Apae, Júlio Cesar Brenner, o centro apresenta um avanço significativo, pois, desde janeiro, os atendimentos quase dobraram e foram divididos, sendo 42% para pacientes da 10ª CRS, e 58% para usuários da 4ª CRS.

– Eu, como usuário de cadeira de rodas, sei da dificuldade que era antes de conseguir um dispositivo. Nós levamos quatro anos para poder aprovar o projeto que, hoje, está beneficiando muita gente. Eu não me conformava que Santa Maria, sendo um centro regional, não tivesse um serviço assim, que pudesse fornecer todo esse material pelo SUS – comemora.

Balanço das ações realizadas desde 2015

Cadeira de rodas e de banho sem motor – 972
Cadeira de rodas motorizada – 108
Órteses e próteses – 1.026
Sapatos ortopédicos – 332 pares
Andadores e muletas – 400
Avaliações dos municípios da 4ª CRS, de janeiro a agosto – 762
Avaliações dos municípios da 10ª CRS, de janeiro a agosto - 472

PARA TER ACESSO AO SERVIÇO 

Para quem reside em Santa Maria: 

– O paciente precisa ter um encaminhamento feito pelo médico da Unidade Básica de Saúde para adquirir o dispositivo necessário (cadeira de rodas com ou sem motor, órteses, próteses, muletas, andador, cadeira de banho, sapato ortopédico, entre outros) ou para ter atendimento na área intelectual (serviço social, fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia, ortopedia e neurologia). Esse encaminhamento deve conter a Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID), que caracteriza a patologia do paciente

– Os documentos pessoais e médicos devem ser entregues na Unidade Básica de Saúde José Erasmo Crossetti, na Rua Floriano Peixoto

A assistente social fará o cadastro e enviará para a 4ª CRS, que encaminhará para atendimento no Centro de Reabilitação II, que fica em anexo à Apae, na Rua Coronel Benjamin D¿Ávila Prado, 400, no Bairro Juscelino Kubitschek, telefone (55) 3026-2484

– Os pacientes de outros municípios devem procurar o posto de saúde da sua cidade