opinião

Sem cinto de segurança, você se dá conta do risco que está correndo?

Deni Zolin

Foto: Reprodução

Quem já pegou carona comigo sabe que sempre pergunto se a pessoa colocou o cinto, mesmo estando no banco traseiro. Talvez por meu pai ter tido guincho e eu ter visto muitos acidentes quando era adolescente, ou por ter visto, infelizmente, muita gente morta dentro de carros e caminhões durante minha carreira de jornalista, sei bem as graves consequências de um acidente de trânsito e do risco que é andar sem cinto, inclusive no banco traseiro.

Durante entrevista com o presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária, José Aurelio Ramalho, ele citou inúmeros exemplos de como, infelizmente, a população não se dá conta do perigo que está correndo, justamente por não ter a percepção do risco.

Apesar de muita gente já saber disso, espero que o que ele vai dizer aqui ajude você a repensar seus hábitos. Ramalho cita, por exemplo, que uma pessoa de cerca de 100 quilos que fica solta no banco traseiro, acaba sendo arremessada com o peso 15 vezes maior. Se não saltar para fora do carro, pode matar os passageiros da frente.

- Imagine eu, que sou um cara alto, sentado no banco detrás, e você bate o carro. É física. Eu vou ser arremessado 15 vezes o meu peso: vai dar uma tonelada e meia. Eu vou bater nas suas costas. Não há banco ou airbag que segure. Você vai morrer. Quando chegar o resgate, vai estar eu lá meio atordoado, e você morto. Vão dizer "o fulano morreu". Ninguém sabe que foi por isso - conta.

A imagem acima mostra justamente essa situação durante um teste de colisão, em que o caroneiro sem cito salta e prensa o passageiro do banco da frente. Se com bonecos, a cena já é forte, imagine você passar por isso.

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Portanto, se você ama seus familiares ou amigos, sempre que sentar no banco detrás, use também o cinto, por favor, para não ser você a causa da morte de quem viaja no banco da frente.

O PERIGO DA CRIANÇA SOLTA NO CARRO PELA FALTA DE PERCEPÇÃO DO RISCO

Ramalho também cita outra situação que, infelizmente, é bem comum.

- Quer outro exemplo de percepção de risco? A mãe, quando está trocando a fralda da criança, tem tudo no alcance da mão, a fralda, o talco, tudo. Fala para ela deixar o talco lá na estante. Tá louco, não aceita, porque chama-se percepção de risco, ela sabe que a criança pode cair enquanto ela vai lá pegar. Ela tem essa percepção, ela coloca protetor na quina da mesa, coloca elástico para trancar as gavetas. Agora, por que ela coloca a nenê solta no banco de trás quando vai andar de carro? Porque onde ela percebe o risco, ela age, onde não percebe, não age. "Eu vou na minha sogra e são só duas quadras e põe a nenê solta, porque ela não gosta de ficar na cadeirinha". E a mãe tem dó de ver a criança chorar e a deixa solta. Só que quem vai chorar depois, o resto da vida, é a mãe. Porque a cabeça da criança de até 3 anos é o mesmo peso do corpo. Você está aqui a 30km/h, se você bater, vai deixar a criança, no mínimo, tetraplégica. É física. O corpinho dela deve pesar 20 quilos, vezes 15, vai bater a 300 quilos. E se bater numa maçaneta ou num console, é fatal - alerta.

Na sexta-feira, vi uma mãe levando sua filha pequena no banco dianteiro, aqui na cidade. Tomara que ela leia esse texto para se dar conta do risco a que está submetendo sua tão amada filha.

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